Data de promoções tradicional no calendário porto-alegrense, a 26ª edição do Liquida Porto Alegre teve sua largada oficial nesta sexta-feira (24). Até o dia 5 de março, a campanha espera movimentar as vendas do varejo da Capital, principalmente do comércio de rua.
São mais de 4,8 mil lojas participantes este ano, o segundo maior número desde que a ação foi criada, em 1997. Dessas, 69% são estabelecimentos de rua, e 14% são estreantes na promoção.
Os estabelecimentos promoverão descontos de até 70% em produtos de mais de 30 segmentos do varejo.
— Vimos na NRF (feira mundial de varejo em Nova York) o quanto as empresas estão valorizando o consumo local e a comunidade. E o Liquida é uma ação da cidade, com 95 bairros participando. É uma oportunidade incrível para o lojista e para o consumidor apoiarem o comércio local, a pequena e a média empresa, que muitas vezes não têm condições de fazer uma grande ação. E, claro, para comprar em melhores condições — disse o presidente do CDL Porto Alegre, Irio Piva, durante evento de lançamento na manhã desta sexta-feira.
Novidades da edição
Tirando o foco do Carnaval, que era tema recorrente na divulgação da campanha em outros anos, a edição de 2023 do Liquida Porto Alegre traz uma menção divertida "à fama" da Capital durante o verão. Com o mote "Liquida Forno Alegre", o material de divulgação aposta numa linguagem simples e na proximidade com a internet.
O calor da cidade, que com alguma frequência figura entre as capitais mais quentes do país, vai "derreter os preços", diverte-se Carlos Frederico, coordenador da campanha.
Também entre as novidades, a campanha este ano conta com um site onde o lojista pode se inscrever, buscar materiais de divulgação e informações adicionais sobre métricas do varejo.
Reforço de caixa
O Liquida Porto Alegre encerra o ciclo de ofertas do comércio que começa ainda na Black Friday, em novembro, e que segue com as festas de fim de ano, no Natal. Oscar Frank, economista-chefe da CDL, destaca a importância da data para ajudar os lojistas em uma época que é tipicamente de baixa nas vendas devido ao movimento fraco pelas férias, feriados e Carnaval.
Sem detalhar projeção de negócios, por considerar difícil mensurar uma cifra exata devido ao grande número de pequenos estabelecimentos participantes, a CDL acredita que a campanha deverá ser mais forte do que a ação do ano passado, superando o valor em vendas.
— Essa campanha promocional fornece o que a gente chama em economia de jogo de soma positiva. Ou seja, ajuda o consumidor a atender as suas necessidades num momento em que se encontra com suas finanças fragilizadas, e, ao mesmo tempo, ajuda o empresário a vender mais e a ter melhores resultados — avalia Frank, contextualizando ao pano de fundo atual de rendimentos baixos dos trabalhadores, juro caro e inflação alta.
Lojista no ramo de vestuário executivo masculino há mais de uma década na Capital, Carlos Klein espera neste Liquida superar as vendas das edições anteriores. Em parte, pela retomada presencial do público nas lojas depois das restrições impostas pela pandemia.
A expectativa do lojista é de um incremento de 10% nas vendas do negócio. A marca possui três lojas com pontos no comércio de rua e em shopping da Capital.
— É uma data que estimula a circular pelas lojas físicas, porque faz o consumidor bater de porta em porta em busca de promoções. Para o negócio, é importante para fazer caixa para comprar a mercadoria de inverno. Conseguimos vender o estoque parado e fazer capital de giro, transformando estoque em liquidez — diz Klein, que participa do Liquida Porto Alegre desde que possui lojas.