
O Instituto de Estudos Empresariais (IEE) deu posse na segunda-feira (5) à nova diretoria para a gestão 2021/2022. O economista Gabriel Picavêa Torres assume a presidência da entidade com o desafio de promover educação e formação de lideranças em formato cada vez mais híbrido em razão da pandemia. Ele também acena críticas à condução da política econômica no governo Jair Bolsonaro após medidas que não considera condizentes com o regime liberal, como o modelo de reforma tributária proposto pelo ministro da Economia Paulo Guedes.
Dentre os planos da nova gestão, Torres diz que a entidade deve seguir apostando em levar conhecimento e conteúdo para o maior número de pessoas, com adaptação a um contexto em que a combinação entre físico e digital está cada vez mais forte.
— Que não seja só mais uma live, mas onde as duas pontas interajam — defende.
O exemplo é o Fórum da Liberdade, organizado anualmente pelo IEE há 34 anos, que na edição de 2021 atingiu 17 mil inscritos com as transmissões online.
— Queremos romper a bolha não só na geografia, mas também no padrão que tem se discutido nas mídias sociais e que abre espaço para histeria e extremismo. Temos de saber navegar usando a parte boa, fazendo debates claros e transparentes, de forma respeitosa e com qualidade — ressalta o economista.
Sobre a condução da agenda econômica no país, Torres avalia que a gestão Bolsonaro não abraça a pauta liberal e que o governo errou no encaminhamento da reforma tributária enviada ao Congresso na semana passada. Na opinião do economista, já existia certo consenso sobre uma reforma nos tributos de consumo, como o ICMS, que afetam maior parcela da sociedade. Assim, a proposta de correção do Imposto de Renda não deve ir adiante "porque é um lado da reforma onde não existe concordância", acredita Torres. O tema vem sendo criticado por diversas entidades empresariais por aumentar a carga tributária em geral.
— Há um erro de condução porque entra pelo caminho que não chega nas pessoas mais humildades — avalia Torres.
Torres tem 35 anos e já havia sido vice-presidente na gestão anterior do IEE. Agora, assume a presidência no lugar da advogada Júlia Evangelista Tavares. Ele foi sócio na Liberta Investimentos e atuou como economista na CDL-POA, na Fiergs e foi secretário executivo de Gestão na prefeitura de São Paulo (2017-2018). Também fazem parte da nova diretoria Eduardo Afonso (vice-presidente), Victoria Jardim (diretora de Formação), Fabrício Scolari (diretor financeiro), Sabrina Damiani (diretora de Comunicação), Fernanda Ritter (diretora de Eventos) e Pedro Zanetello (diretor de Relações Institucionais e Fórum da Liberdade).