A combinação entre a pandemia de coronavírus e as flutuações do dólar teve resultado negativo para o mercado de celular no Brasil. No segundo trimestre de 2020, as vendas do setor caíram 30,7% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento da consultoria IDC Brasil divulgado na terça-feira (8).
Trata-se de uma das piores quedas já registradas no setor. De acordo com a consultoria, foram vendidos 9,6 milhões de dispositivos no período — 8,74 milhões de unidades foram comercializadas em canais oficiais de venda e 885 mil no "mercado cinza", que oferta produtos de origem duvidosa.
Entre os aparelhos vendidos por canais oficiais, 8,35 milhões foram smartphones e 391 mil foram celulares simples (feature phones, no jargão do setor). As duas categorias sofreram retrações: o tombo foi de 31,1% para os smartphones e 54% para os celulares. A venda de smartphones no mercado cinza foi a única que registrou alta: 8,3% (ou 790 mil aparelhos).
"No início do ano, o cenário era favorável, mas a pandemia afetou bastante o setor, que sofreu primeiro com a falta de componentes da China e, depois, com o aumento de preços devido às flutuações cambiais. Com a reabertura de lojas físicas, a tendência é de diminuição dos índices de queda nas vendas", disse, em nota, Renato Meireles, analista do IDC Brasil.