Em meio à crise do coronavírus, o Rio Grande do Sul contabilizou 66.820 solicitações de seguro-desemprego em maio. O número é o maior de série histórica iniciada em 2011, aponta a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS). Os recordes anteriores haviam sido registrados em abril deste ano (53.056), já sob efeito da covid-19, e em julho de 2014 (51.441), quando o Brasil começava a mergulhar em recessão.
O total de requerimentos em maio representa disparada de 70,3% na comparação com igual período de 2019. Frente a abril, a alta chegou a 25,9%.
No mês passado, o Rio Grande do Sul foi o quarto Estado com mais pedidos, atrás de São Paulo (281.360), Minas Gerais (103.329) e Rio de Janeiro (82.584). O Brasil registrou 960.258 solicitações, pontua a FGTAS, com base em dados do Ministério da Economia.
Perfil dos desempregados
Em maio, os homens responderam por 56,2% dos pedidos de seguro-desemprego no Estado. As mulheres foram responsáveis por 43,8% das solicitações.
Com relação à faixa etária, a maior parcela, de 30%, tinha entre 30 e 39 anos. A maioria (51,2%) concluiu o Ensino Médio.
Do total, 33% trabalhavam no setor de serviços; 31,2%, na indústria; 25,9%, no comércio; 6,6%, na construção; e 3,3%, na agropecuária. Já a faixa salarial em que se enquadrava a maior parte dos solicitantes variava de 1,5 a três salários mínimos (69,2%).
O seguro foi concedido a 86,2% dos profissionais (ou 57.567 trabalhadores). Do total de 66.820 solicitações, 37.527 foram recebidas pela internet, e 29.293, presencialmente.
O levantamento sinaliza que, dos requerimentos em postos de atendimento, 97,5% ocorreram nas Agências FGTAS/Sine. A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) também recebe solicitações.
Acumulado do ano
Com o resultado de maio, os pedidos aumentaram 27,7% no acumulado dos cinco primeiros meses do ano. Até o mês passado, foram registradas 211.236 solicitações. Em 2019, o número foi de 165.389 entre janeiro e maio.
Atendimento presencial
O atendimento presencial nas Agências FGTAS/Sine foi restabelecido no dia 11 de maio. Atualmente, 125 unidades estão aptas a fazer o encaminhamento de seguro-desemprego no Estado.
Em Porto Alegre, o serviço é oferecido, exclusivamente, em agências no Centro (Rua José Montaury, 31) e na Zona Norte (Av. Baltazar de Oliveira Garcia, 2.132). No Interior e na Região Metropolitana, permanecem fechadas as unidades de Gravataí, Lajeado e Rolante. O atendimento virtual segue normalmente nessas localidades.
As agências funcionam no Estado de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h. É obrigatório o uso de máscara e distância de, no mínimo, dois metros entre os trabalhadores que aguardam atendimento. Confira aqui a lista de telefones e e-mails das unidades.
Como solicitar o benefício pela internet
- O trabalhador pode realizar o encaminhamento do benefício seguro-desemprego pela internet, após sete dias da dispensa, por meio do aplicativo Carteira de Trabalho Digital.
- Com acesso à conta, é preciso clicar em “Solicitar Seguro-Desemprego” e informar o número do requerimento que está no comunicado de dispensa.
- Em seguida, basta confirmar a solicitação e obter um comprovante ao final do processo.
- O benefício também pode ser encaminhado no portal www.gov.br.
- Se a solicitação online for concedida automaticamente, o beneficiário receberá a informação de que a emissão das parcelas ocorrerá em 30 dias contados a partir da data de liberação pelo sistema. Caso ocorra problema no encaminhamento digital, entre em contato pelo telefone 158.
- Se o sistema notificar pendências, o cidadão deve enviar e-mail a uma Agência FGTAS/Sine da sua cidade, para que seja fornecido auxílio nas situações de seguro empregado doméstico, seguro com alvará judicial, seguro por término de contrato ou se o sistema acusar confirmação no posto e divergência de dados cadastrais.
PERFIL DO DESEMPREGADO NO RS
Em maio
SEXO
56,2% - homens
43,8% - mulheres
FAIXA ETÁRIA
30% - entre 30 e 39 anos
21,1% - entre 40 e 49 anos
18,5% - entre 18 e 24 anos
17,3% - entre 25 e 29 anos
12,4% - entre 50 e 64 anos
0,2% - mais de 65 anos
SETOR ECONÔMICO
33% - setor de serviços
31,2% - indústria
25,9% - comércio
6,6% - construção
3,3% - agropecuária