As contas do governo central (que incluem Tesouro, Previdência Social e Banco Central) acumularam um déficit de R$ 80,331 bilhões nos primeiros 11 meses do ano. O resultado, divulgado pelo Tesouro Nacional nesta sexta-feira (27), é o quarto pior para o período na série histórica iniciada em 1997 (considerando valores atualizados pela inflação).
Apesar disso, o déficit teve retração real de 12,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Um ano atrás, o resultado havia ficado negativo em R$ 88,474 bilhões. Considerando somente o mês de novembro, o saldo ficou deficitário em R$ 16,4 bilhões. O resultado representa uma retração real de 1,6% em relação ao mesmo mês do ano passado.
A conta do sistema previdenciário continua como a principal responsável pelo rombo. No acumulado do ano, Tesouro e Banco Central registraram superávit somado de R$ 120,73 bilhões, enquanto a Previdência teve déficit de R$ 201,062 bilhões.
A meta fiscal estabelecida para governo central no encerramento deste ano é um déficit de R$ 139 bilhões. Até novembro, o resultado acumulado em 12 meses está negativo em R$ 113,4 bilhões, ainda abaixo do limite.
O Tesouro afirma que a perspectiva é que o ano termine com um déficit primário abaixo das metas estabelecidas. Entre os motivos para o resultado melhor que o esperado estão os leilões de petróleo, em especial o leilão de excedentes do pré-sal. Também contribuirão para um resultado melhor o chamado empoçamento (recursos não usados pelos ministérios), além do atraso na entrada de estados no regime de recuperação fiscal e do resultado melhor de estatais.
Segundo o Tesouro, os fatores devem levar a um resultado primário negativo entre R$ 60 bilhões e R$ 80 bilhões para o setor público consolidado no fim do ano (de uma meta de déficit de R$ 132 bilhões).
Apesar das promessas do ministro da Economia Paulo Guedes durante a campanha eleitoral de zerar o déficit, o Tesouro acredita que o governo central só terá um resultado no azul em 2022 ou 2023.