As declarações do candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, sobre privatização e a reforma da Previdência pesaram nos negócios na manhã desta quarta-feira (10) sobre ações de empresas que integram o conhecido "kit eleições". As ações da Eletrobras chegaram a recuar 14,64% após o candidato criticar o processo de privatização da elétrica.
— A gente vai vender para qualquer capital do mundo? Você vai deixar a nossa energia na mão da China? A gente pode conversar sobre distribuição, mas sobre geração não — afirmou ele, em entrevista à TV Bandeirantes.
As ações da estatal praticamente zeram os ganhos acumulados no cenário pós primeiro turno das eleições, com as preferenciais a R$ 23,16, e as ON registrando declínio expressivo, a R$ 19,57. Na sexta-feira, Eletrobras PNB encerrou o pregão cotada em R$ 22,61 e a ON em R$ 19,34.
Previdência
Os investidores também repercutem declarações do presidenciável Jair Bolsonaro sobre a reforma da Previdência. O candidato do PSL disse na terça (9) que a reforma da Previdência será tratada "vagarosamente", embora depois tenha recuado dizendo que, se eleito, irá procurar a equipe de Michel Temer para fazer proposta sobre o tema "já para o corrente ano". Uma das ideias seria reduzir a idade mínima de 65 para 61.
Diante das declarações, o mercado passa por ajustes que impulsionam o dólar, após a moeda americana ter acumulado perdas de mais de 8% no mês e caído na terça para R$ 3,7155, refletindo expectativas de investidores de vitória de Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial e de andamento das reformas.
Às 13h02, o dólar à vista estava em alta de 1,13%, a R$ 3,7574. A Bolsa seguia o mesmo tom de cautela com a cena eleitoral e recua mais de 2%, em torno dos 84 mil pontos. No mês, o Ibovespa acumula ganhos de 8,50%.
A cautela justifica-se ainda pela expectativa por pesquisa Datafolha, que será divulgada nesta quarta-feira.