A alta no preço dos combustíveis, anunciada na noite de quinta-feira (20) pelo governo federal, já poderá ser sentida nesta sexta-feira (21) no bolso dos consumidores. Quem abastecer o veículo poderá encontrar postos com o aumento de até R$ 0,41 no litro de gasolina, R$ 0,21 no litro do diesel e R$ 0,20 no litro de etanol. O presidente Michel Temer disse que a "população vai compreender" a decisão.
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A autorização para o aumento do PIS/Cofins em combustíveis para produtoras, importadoras e distribuidoras foi publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial da União.
Todas as empresas da cadeia têm liberdade de repassar a variação de forma parcial ou total ao consumidor, diz o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Rio Grande do Sul (Sulpetro), Adão Oliveira.
– A distribuidora vê o quanto quer repassar (do aumento) para o revendedor (postos), e o revendedor decide o quanto quer repassar para o consumidor. Pode repassar quanto quiser, mais, menos ou nada – afirma.
Zero Hora contatou o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (SINDICOM) para verificar se as distribuidoras de combustíveis irão repassar o aumento de forma total ou parcial, mas a entidade optou por não divulgar informações.
Porém, o aumento já é verificado. Em Porto Alegre, a média do preço da gasolina na semana passada, de 9 a 15 de julho, era de R$ 3,59, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). Hoje, postos da capital gaúcha já registram gasolina a R$ 4,17.
O consumidor pode notar que nem todos os postos irão praticar o novo preço já nesta sexta-feira. Isso ocorre porque, antes de ajustar o novo preço, é preciso vender todo o estoque comprado das refinarias com o valor antigo. Portanto, se o aumento não for verificado hoje, o valor será notado nos próximos dias.
Entenda o aumento
O presidente Michel Temer e os ministros da área econômica do governo assinaram na quinta-feira o decreto que libera o aumento dos impostos sobre combustíveis. A alta será de R$ 0,41 no litro de gasolina, de R$ 0,21 no litro do diesel e de R$ 0,20 no etanol.
A mudança mais do que dobrou a tributação e deve trazer, ainda em 2017, R$ 10,4 bilhões aos cofres públicos, segundo estimativas do Ministério da Fazenda. O aumento é um esforço de cumprir a meta fiscal de 2017, fixada em um déficit (despesas maiores que receitas) de R$ 139 bilhões.
Confira na tabela abaixo quanto o consumidor pagava de PIS/Cofins a cada litro de combustível até antes do aumento, após o aumento e a diferença que será desembolsada a partir de hoje: