Funcionários dos grupos BRF Brasil e JBS foram presos, na manhã desta sexta-feira, durante a Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal (PF). As duas empresas foram alvo da ação, que combate corrupção cometida por agentes públicos federais, empresários e crimes contra Saúde Pública.
Entre os presos preventivamente estão Roney Nogueira Dos Santos, gerente de Relações Institucionais da BRF, André Luis Baldissera, diretor da BRF para o Centro-Oeste, e Flavio Evers Cassou, funcionário da Seara (marca controlada pelo grupo JBS).
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O esquema seria liderado por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. Segundo a PF, a operação detectou em quase dois anos de investigação que as Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do Paraná, Minas Gerais e Goiás "atuavam diretamente para proteger grupos empresariais em detrimento do interesse público".
"Os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva", diz nota da Federal sobre a operação.
Contrapontos
A JBS divulgou nota sobre o assunto:
"Sobre a operação da Polícia Federal, a JBS esclarece que qualidade é a sua maior prioridade e a razão de ter se transformado na maior empresa de proteína do mundo. A JBS exporta para mais de 150 países, como Estados Unidos, Alemanha e Japão. É anualmente auditada por missões sanitárias internacionais e por clientes", diz o texto.
"No despacho da Justiça, não há menção a irregularidades sanitárias da JBS. Nenhuma fábrica da JBS foi interditada. Ao contrário do que chegou a ser divulgado, nenhum executivo da empresa foi alvo de medidas judiciais. Um funcionário da unidade de Lapa, no Paraná, foi citado na investigação. A JBS não compactua com desvios de conduta e tomará todas as medidas cabíveis."
"Por fim, a JBS reforça seu comprometimento com a qualidade de seus produtos e reitera seu compromisso histórico com o aprimoramento das práticas sanitárias", conclui a nota.
Em nota, a BRF também se posicionou sobre a operação:
"A BRF informa que, em relação à operação da Polícia Federal realizada na manhã desta sexta-feira, está colaborando com as autoridades para o esclarecimento dos fatos. A companhia reitera que cumpre as normas e regulamentos referentes à produção e comercialização de seus produtos, possui rigorosos processos e controles e não compactua com práticas ilícitas. A BRF assegura a qualidade e a segurança de seus produtos e garante que não há nenhum risco para seus consumidores, seja no Brasil ou nos mais de 150 países em que atua."
*Estadão Conteúdo