Instituições financeiras reduziram a projeção para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 7,14% para 7,08%, no sexto ajuste seguido. Para 2017, estimativa caiu de 5,95% para 5,93%, na segunda queda consecutiva. As expectativas fazem parte do relatório Focus, publicação divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC), com base em previsões de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
As estimativas estão acima do centro da meta de 4,5%. A expectativa para 2016 ultrapassa também o teto da meta de inflação, que é 6,5%. O limite superior da meta em 2017 é 6%.
O cálculo do mercado financeiro para a queda da economia neste ano foi alterado pela 13ª vez consecutiva, ao passar de 3,77% para 3,8%. Para 2017, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas pelo país, foi alterada de 0,3% para 0,2%.
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Além disso, em um cenário de retração da economia, as instituições financeiras esperam que o BC reduza a taxa básica de juros, a Selic, neste ano. A mediana das expectativas (desconsiderando os extremos nas projeções), ao final de 2016, passou de 13,75% para 13,38% ao ano. Atualmente, a Selic está em 14,25% ao ano. Para o fim de 2017, a expectativa é de que a taxa fique em 12,25% ao ano.
A Selic é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o BC barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que foi ajustada de 7,40% para 7,22% neste ano.
Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 7,47% para 7,43%, em 2016. A previsão para o Índice de Preços ao Consumidor, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), foi ajustada de 7,27% para 7,39%, em 2016.
Já a projeção para a cotação do dólar passou de R$ 4 para R$ 3,80 no fim de 2016 e de R$ 4,10 para R$ 4 ao final do próximo ano.
A publicação divulgada nesta segunda-feira contempla avaliações dos analistas antes da votação de admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.