A economia brasileira deve encolher 2,85% neste ano, de acordo com a projeção de instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) para a realização do Boletim Focus. Essa foi a 12ª piora consecutiva na estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos - em 1990, o setor registrou queda de 4,35%.
Na semana passada, a projeção estava em 2,8%. No próximo ano, a retração deve ser menor: 1%, a mesma da estimativa anterior.
Produção industrial e dólar
Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve ter uma queda de 6,50% neste ano. A projeção anterior era 6,65% de recuo. Para 2016, a estimativa de retração passou de 0,60% para 0,29%.
A projeção para o dólar ao final do ano chegou a R$ 4, contra R$ 3,95 previstos na semana passada. Para o fim de 2016, a estimativa para a cotação da moeda americana também é de R$ 4.
Inflação
A projeção do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu pela terceira vez seguida, ao passar de 9,46% para 9,53% neste ano. Para 2016, no nono ajuste seguido, a estimativa avançou de 5,87% para 5,94%.
As projeções para a inflação estão acima do centro da meta (4,5%). No caso de 2015, a estimativa supera também o teto do objetivo (6,5%), algo que não ocorre desde 2003.
Para tentar levar a inflação ao centro da meta em 2016, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes consecutivas. Na reunião de setembro, o Copom optou por mantê-la em 14,25% ao ano.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Ao manter a Selic, o comitê indica que ajustes anteriores foram suficientes para produzir efeitos na economia.
A pesquisa do Banco Central também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que passou de 8,26% para 8,42% neste ano. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa subiu de 7,88% para 8,34% em 2015. A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) passou de 9,46% para 9,66% neste ano.
A estimativa para a alta dos preços administrados passou de 15,50% para 15,55% neste ano, e de 5,92% para 6% em 2016.
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