Em marcha a ré, montadoras sofrem com queda de 20% nas vendas. Com estoque alto e excesso de oferta, consumidores se perguntam: se está sobrando carro, por que o preço não baixa? A coluna conversou com Paulo Zawislak, professor de Administração da UFRGS, que apontou alguns motivos e avisou:
- Se vendas caíssem 50%, aí o preço baixaria.
Haveria também demissões em série, é verdade. Na avaliação do especialista, as montadoras têm conseguido compensar perdas com redução de custos, como demissões ou suspensão de contratos e férias coletivas.
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Outro fator do para-choque nos preços é a alta margem de lucro no Brasil - 10% em média, para um padrão mundial de 5% e 3% nos Estados Unidos, segundo maior mercado automotivo do mundo. Além disso, diz Zawislak, as montadoras estão em zona de conforto, porque os brasileiros aceitam o valor cobrado:
- Há uma memória de preço, e as empresas aproveitam isso.
E embora a produção no país tenha crescido - cerca de 3 milhões de unidades ao ano -, a oferta ainda é escassa em relação a outros mercados. Nos EUA, por exemplo, a produção anual é de 11 milhões de veículos por ano.
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