Amainado o temor de que a desestabilização da economia fosse agravada por eventos externos a saída da Grécia da zona do euro ou o descontrole do mercado de capitais na China, o Brasil se debruça outra vez sobre tempestades formadas por elementos internos.
Embora a Operação Lava-Jato deva ser vista como um avanço no combate à corrupção no país, suas investigações sacodem tanto o universo produtivo, com desidratação de investimentos, quanto o político. Na sexta-feira, o anúncio da instalação de uma CPI do BNDES bastou para disseminar temores para segmentos até agora imunes aos constrangimentos da Lava-Jato.
Após romper com o governo, Cunha cria CPI do BNDES
Se a manobra do "rompimento" do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), levará de fato a uma investigação sobre os contratos do maior financiador de grandes projetos no Brasil, será preciso esperar ao menos duas semanas. O Congresso entrou em recesso.
Como Cunha não pode ser considerado exatamente um aliado, o tamanho da perda é relativo. O futuro do parlamentar, da CPI do BNDES e da estabilidade do país será definido, de fato, em agosto.
Além disso, novas delações premiadas, avanço de investigações em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a revelação do tamanho real do estrago de "aloprados" em várias instâncias de poder são sinais de que será um mês fatídico para a política no Brasil.
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Marta Sfredo: o Brasil diante de agosto
Crises internas do país devem repercutir no segundo semestre
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