A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão em duas casas de Eike Batista na manhã desta sexta-feira. A ordem faz parte da decisão de bloquear ativos financeiros e bens móveis e imóveis de Eike e seus familiares no valor de R$ 3 bilhões.
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Flávio Roberto de Souza, juiz titular da 3ª vara Criminal do Rio de Janeiro que expediu os mandados, justificou o bloqueio dos bens dizendo que o empresário passou a fazer doações a parentes depois que as suas empresas entraram em crise. Segundo o juiz, Eike doou seis imóveis e milhões de reais. Apenas Thor, filho de Eike, recebeu R$137 milhões.
Nesta sexta, os agentes da PF já apreenderam seis carros, o celular do próprio Eike, entre outros bens. Para o advogado do empresário, Sérgio Bermudes, a decisão do juiz é uma "brutalidade", visto que Eike ainda não foi julgado culpado das acusações.
Bermudes informou que pretende recorrer ao juiz para revogar a decisão. Além disso, revelou ainda que deve recorrer ao Tribunal Regional Federal e denunciar o que chama de "selvageria" ao Conselho Nacional de Justiça e ao Procurador Geral da República.
A Justiça do Rio determinou o bloqueio no mês passado, medida que foi cumprida no início desta semana. No ano passado, já tinham sido bloqueados R$ 239 milhões, mas o valor foi agora ampliado e a ação, estendida aos familiares do empresário.
Inicialmente, Eike respondia a um processo, com duas acusações: manipulação de mercado e uso de informação privilegiada. Segundo o juiz Souza, outros processos, vindos de São Paulo, estão sendo unificados, com outras três acusações: falsidade ideológica, formação de quadrilha e indução do investidor ao erro. O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ) deve entregar as denúncias no próximo dia 11.