É crescente a proporção de domicílios sem telefonia fixa (45,6%) no Brasil, conforme aponta o estudo Sistema de Indicadores de Percepção Social: Serviços de Telecomunicações, divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), feito em 3.810 municípios no país. O dado indica que o celular tem substituído as linhas fixas. Essa é a percepção de 59,4% dos entrevistados.
Outra conclusão do estudo é que - ao contrário do que indicam os números apresentados pelas operadoras de celular, de que há mais linhas do que habitantes no país - em 15,5% deles ninguém usava telefone celular.
Cerca de 70% dos domicílios do país preferem contratar serviços de telecomunicações separadamente, apesar de ficarem mais caros do que os feitos de forma conjunta, nos chamados planos combo - agrupados em um mesmo contrato. Segundo o estudo, o acesso à TV por assinatura é, entre os serviços de telecomunicações pesquisados, o mais bem avaliado e por meio do qual os planos combo vêm sendo conhecidos.
De acordo com o levantamento, a telefonia móvel teve a pior avaliação entre os serviços analisados. A pesquisa mostra ainda que as pessoas que usam celular não conhecem as principais regras dos serviços contratados, e sugere que boa parte das reclamações registradas tem como origem a falta de transparência na relação entre empresas e usuários.
A segunda pior avaliação se refere à internet em banda larga - "intensamente" usada por dois terços das pessoas pesquisadas. O estudo confirma o que já é percebido no setor: há "forte disparidade regional na utilização dos serviços, principalmente quando se compara Sudeste e Sul com Norte e Nordeste".