Você é daqueles que passa manhã, tarde e noite tuitando sua localização, companhia e fotos de refeições? Gosta de repassar correntes ou montagens de fotos com frases de efeito atribuídas a autores, na maioria das vezes, equivocados? Responde a todas as publicações dos amigos para criar debates polêmicos? Ou pior: nunca comenta nada que eles compartilham? Se respondeu sim a alguma dessas questões, é possível que você seja um chato das redes sociais.
Pode não perceber, mas vários contatos já usaram o recurso "Cancelar assinatura" para parar de receber suas atualizações no Facebook ou deram "unfollow" no seu perfil de Twitter.
- A característica do chato é postar um grande volume de coisas, com relevância muito baixa. Acaba carregando a timeline das pessoas. Quem tem muitos amigos que enchem as redes sociais de conteúdos irrelevantes tem grandes chances de deixar escapar uma coisa bacana publicada por um deles - opina Alessandro Souza, diretor da faculdade e propaganda da ESPM Sul.
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Não é apenas Souza que pensa assim. Uma pesquisa realizada no site zerohora.com entre os dias 23 e 24 de outubro perguntou: o que mais te irrita nas redes sociais? Mais de 460 leitores participaram. Para 67%, o pior comportamento é o de quem encaminha correntes.
Como era possível escolher mais de uma opção, 64% também marcou que não gosta de receber convites para joguinhos ou aplicativos no Facebook. Narrar tudo o que está fazendo o tempo inteiro é uma atitude irritante para 62% dos usuários. Entre os comentários livres, o mais frequente foi a aversão à publicação de fotos que retratam o sofrimento de animais.
Se falar demais incomoda, vale notar que o silêncio total também não é bem-vindo. Encontrar o equilíbrio parece complicado? O tipo de publicação que a maioria dos participantes parece apreciar são as originais: a narração de um fato incomum que o amigo tenha vivenciado, comentários não radicais sobre assuntos da atualidade e recomendação de filmes e músicas. De preferência, tudo com alto astral. Ou seja: não basta apenas reproduzir tudo o que encontra, é preciso criar. Em sua participação na pesquisa, Cássio Henz, de 21 anos, escreveu:
- (Gosto de) comentários bem-humorados ou com opinião pessoal sobre notícias e assuntos culturais. Quando não em excesso, gosto do compartilhamento de textos ou vídeos que nos permitam conhecer melhor os gostos e a personalidade do amigo.
Alessandro Souza explica que as redes sociais são como bancos de dados públicos: o que você diz não apenas fica registrado, mas torna-se acessível por outros, até mesmo desconhecidos. Quem imagina que trata-se de uma conversa íntima entre amigos, como se o Facebook fosse o sofá da sala, precisa abrir os olhos. Se ganhar o rótulo de chato não incomoda, vale lembrar que a divulgação de muitas informações pessoais pode criar riscos à segurança pessoal e da família, além de possivelmente colocar em perigo oportunidades profissionais.
- Para questões pessoais, recomendo menos Facebook e mais face to face. A gente acha que nossos pequenos atos são importantes, e às vezes não são. Pouco me interessa o que meu amigo almoçou hoje, mas as ideias que ele tem - resume o professor.
Características do mala nas redes sociais:
Etiqueta online
Como identificar o mala nas redes sociais
Publicar excesso de informações com baixa relevância é o principal traço em comum de quem espanta os seus amigos virtuais
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