Contar a trajetória das oito finalistas da quinta edição do Prêmio Donna Mulheres que Inspiram lança o desafio: existe limite para a vocação e a empatia?
Selecionadas entre centenas de indicações de especialistas em diferentes áreas, elas se destacam da ciência à moda sustentável e fazem diferença. Mais do que exemplo de grandes realizadoras, o que une este grupo é a certeza de que é preciso que alguém dê o primeiro passo. Exatamente o que elas fizeram.
Leia e inspire-se no exemplo de Daniela Pavani, uma das finalistas de 2020. As vencedoras serão anunciadas na edição dos dias 21 e 22 de março.
Daniela Pavani
Daniela Pavani, 48 anos, é professora no Instituto de Física da UFRGS, mas faz questão de levar o conhecimento para fora da universidade. Seu foco é mostrar nas escolas que a área das exatas também é lugar de mulher. Há sete anos, a pesquisadora em astronomia está à frente do projeto Meninas na Ciência, que promove palestras, rodas de conversa, oficinas de robótica e atividades voltadas para crianças e adolescentes.
– O que eu vi ao interagir com as séries iniciais foi a curiosidade, estão cheios de perguntas. Já quando chegam ao Ensino Médio, vão silenciando, deixando de perguntar. Mas esse apagamento é mais intenso nas meninas – conta Daniela, que hoje atua como coordenadora adjunta da iniciativa, além de ser diretora do Planetário.
Mais de 600 gurias já participaram das ações do projeto, e cerca de mil professores passaram pelos cursos de formação para o ensino de ciências e questões de gênero. Uma parceria com a UFRGS TV resultou também no programa de entrevistas Lugar de Mulher. O projeto deu tão certo que foi ampliado para escolas do Interior em parceria com a Feevale e o Instituto Federal Sul-Rio-Grandense de Santana do Livramento. Apresentar exemplos para as mais jovens é uma forma de comprovar que é possível chegar lá, avalia Daniela:
– Na hora de escolher a profissão, vem todo o processo cultural e o contexto social que fazem com que elas não se considerem aptas, não se enxerguem nessas posições. Precisamos trabalhar a ciência e a autoestima delas. Se elas querem, elas podem.