Às vésperas de algum evento importante na sua carreira, você já pensou não estar preparada? Já questionou se era você que deveria estar naquela posição? Ou ainda, sentiu que poderia ser descoberta por, talvez, não saber tudo aquilo que pensam que você sabe? Se respondeu sim para alguma dessas perguntas é possível que você já tenha sentido na pele os sintomas da chamada “Síndrome da Impostora”.
O termo surgiu em 1978, resultado da pesquisa feita pelas americanas Pauline Rose Clance e Suzanne Imes, da Georgia State University. Elas conduziram um estudo com mais de 100 mulheres em posição de destaque e perceberam uma tendência comportamental entre elas: a despeito das evidências e da dedicação, elas se sentiam uma fraude e acreditam que o próprio sucesso tinha a ver com sorte ou outro fator aleatório. Esse curioso hábito mental leva alguns comportamentos repetidos, como comparação com outros colegas que supostamente fariam melhor a tarefa, empenho de muita energia para manter alta perfomance e perfeccionismo, questionamento se você é que deveria estar naquela posição ou até o adiamento da execução de trabalhos por não se sentir preparada o suficiente.
Recentemente eu experimentei uma dessas sensações da “Síndrome da Impostora” quando fui palestrar sobre economia e política em um evento para empresários, tema que trato diariamente na minha carreira. Ao chegar lá vi que a plateia era composta por 95% de homens na faixa de 50 a 60 anos. E pensei: O que estou fazendo aqui? O que eu tenho a dizer para eles? Pessoalmente, abandonei esses pensamentos imediatamente no momento que tomei consciência deles, percebi o quanto esse modelo mental era sabotador e típico de quem se vê como impostora. Não era o meu caso e possivelmente também não seja o seu.
O que aconteceu comigo acontece com várias de nós, até uma das mulheres mais poderosas do Facebook, Sheryl Sandberg, escreveu: “Tem dias que acordo me sentindo uma fraude, sem ter certeza que eu deveria estar onde estou". Acredito que está tudo bem se sentir assim de vez em quando, porque o mais importante é o que você faz quando se sente assim, como isso afeta suas próximas ações e comportamentos. Por isso, a coluna dessa semana separou 5 dicas para lidar com os sintomas da “Síndrome da Impostora” quando eles resolvem aparecer:
1. Identifique se você tem pensamentos no padrão da “Síndrome da Impostora”
Como por exemplo os que citamos no texto: você já pensou não estar preparada? Já questionou se era você que deveria estar naquela posição? Ou ainda, sentiu que poderia ser descoberta por, talvez, não saber tudo aquilo que pensam que você sabe?
2. Relembre seu próprio valor
Como? Recorde sua trajetória, os caminhos que percorreu para chegar até a posição que ocupa hoje.
3. Não se compare
A comparação com os outros e os julgamentos de que outras pessoas poderiam fazer melhor o que você está executando atrapalha o seu próprio desenvolvimento. Foque em você.
4. Treine a tolerância
Nem sempre estaremos 100% preparadas para os desafios que vão aparecer, então tente ser paciente com o seu próprio tempo, com o processo de aprendizagem e diga sim para as oportunidades e aprenda durante o caminho.
5. Finja até conseguir
Aprovo essa ideia defendida no TED Talk da pesquisadora de Harvard, Amy Cuddy. Ela afirma no vídeo que quase desistiu de situações por não se sentir preparada, mas mudou de comportamento quando decidiu fingir até conseguir. “Não finjam até conseguirem, finjam até se tornarem. Façam o bastante até se tornarem aquilo, até interiorizarem”, ensina ela.