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Quantas vezes você lembra de ter sido interrompida por um homem hoje? Seja em uma conversa entre amigos, com seu companheiro ou até um colega de trabalho. O "manterrupting", termo em inglês que pode ser traduzido como "homens que interrompem", se popularizou nos últimos anos, ganhou força durante corrida presidencial americana, e virou aplicativo.
Para alertar as mulheres sobre as ocorrências e conscientizar os homens sobre um comportamento que nem sempre é notado, a agência BETC São Paulo desenvolveu o Woman Interrupted. O aplicativo, disponível para sistemas iOS e Android, utiliza o microfone do aparelho para identificar a voz da dona e verificar as interrupções durante o dia. É possível checar, ao final da escuta, quantas vezes você foi cortada.
Confira o vídeo:
O objetivo do Woman Interrupted é ampliar o debate em torno do manterrupting e, apesar de funcionar em qualquer ocasião, o aplicativo foi criado visando o mercado de trabalho, para uso em apresentações e reuniões profissionais. O programa é gratuito em ambas as lojas virtuais e foi lançado na semana do Dia da Mulher.
A vivência delas no dia a dia não foi a única base para a criação do app. Em 2014, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade George Washington e publicado no Journal of Language and Social Psychology, apontou que as mulheres são significantemente mais interrompidas do que os homens. E essa é apenas uma das manifestações do desequilíbrio de gêneros.
A médio prazo, a agência quer apresentar os dados coletados ao redor do mundo, em tempo real. Aberta a quem quiser saber mais sobre o tema, nessa plataforma poderão ser encontradas informações como número de interrupções por minuto e por país, além de comparativos entre regiões e faixa etária, por exemplo.
O manterrupting é apenas um dos quatro termos que designam comportamentos machistas. Além dele, são populares expressões como bropiating, que faz referência à aproprição de uma ideia de uma mulher por um homem; mansplaining, que é a explicação de um homem à uma mulher de forma condescendente; e gaslighting, uma espécie de manipulação emocional capaz de convencer a mulher de que é incapaz ou está louca. Mais sobre essas definições, você pode conferir no site da Think Olga.
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