Vinha caminhando neste calor de Forno Alegre, atravessando o Parcão, com um humor do cão debaixo do sol do meio-dia, quando o celular apitou avisando de uma mensagem que havia acabado de chegar por WhatsApp. Espiei.
AAAFFFF
MAIS UM VÍDEO IDIOTA
ELA É MUITO MAL HUMORADA
Interrompi a caminhada no deserto devido à visão paradisíaca de um carrinho de água de coco e aproveitei a pausa para dar o play no vídeo. "Vamos ver qual é a mensagem imbecil repleta de rosas, arco-íris e potes de ouro pulando na tela que mandaram agora", pensei. Então, o vídeo iniciou com a voz de um daqueles locutores que se dedicam a narrar amores não correspondidos nesses programas de rádio da madrugada. Começou assim: "Nós bebemos demais. Fumamos demais..."
LIÇÃO DE MORAL NESSE CALOR?!!
Dei um "pause", peguei minha água de coco e sentei à sombra de uma árvore. "Ok, vou ser menos azeda e tentar assistir", ponderei. Voltei a dar o play - e assim continuou: "Gastamos sem critérios. Dirigimos rápido demais. Ficamos acordados até muito mais tarde. Acordamos muito cansados. Lemos muito pouco, assistimos tevê demais e oramos raramente. Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nosso valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver".
HUUUMM, CONCORDO...
"Adicionamos anos às nossas vidas, mas não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos da Lua, mas temos dificuldade de atravessar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o Espaço, mas não o nosso próprio. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma. Dominamos o átomo, mas não o nosso preconceito"
FAZ SENTIDO...
"Escrevemos mais, mas aprendemos menos. Planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não a esperar. Construímos mais computadores para armazenar mais informação e produzir mais cópias do que nunca. Mas nos comunicamos menos. Estamos na era do fast food e da digestão lenta. Do homem grande de caráter pequeno. Lucros acentuados e relações vazias".
É VERDADE...
"Esta é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Esta é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas mágicas. O momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na despensa. Uma era em que você escuta este vídeo e uma era que te permite dividir esta reflexão com mais alguém ou simplesmente clicar Delete".
ESCOLHI SALVAR
Não apenas salvei, como estou compartilhando com você nesta coluna. É piegas? Sim. Autoajuda da mais alta estirpe? Também. Mas independentemente de preconceitos (que estamos cheios, como diz o texto), fala muitas verdades e traz alguma reflexão sempre bem-vinda sobre o momento presente, quem desejamos ser e o que queremos para a nossa vida neste novo ano que se inicia. A você, meu desejo de um feliz 2017. Obrigada por mais um ano de leitura e companhia.