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"Eu ficava nervosa quando tinha alguma apresentação ou discurso para fazer e em alguns momentos precisei reunir toda a coragem que tinha para conseguir levantar a mão ou defender uma opinião em vez de ficar quieta no meu canto."
Essa frase poderia ter sido dita por qualquer mulher. Afinal, seja qual for a natureza do desafio profissional, insegurança parece ser um traço comum, uma constante diante de momentos decisivos. O que impressiona, neste caso, não é bem o conteúdo da frase, mas quem a proferiu. Sentada em um restaurante de Washington e saboreando uma truta grelhada com espinafre, Christine Lagarde, a poderosa diretora do Fundo Monetário Internacional, confessou, sem perder a sóbria elegância que é sua marca, as inseguranças que já viveu e ainda vive no desempenho da função. E diz ainda que a solução que encontrou para amainar esse sentimento é o perfeccionismo e a preparação exaustiva para as tarefas desafiadoras que aparecem.
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As conversas com Lagarde e com outras mulheres notáveis pelo desempenho em ambientes corporativos e políticos estão descritas no livro A Arte da Autoconfiança - Os Segredos que Toda Mulher Precisa Conhecer para Agir com Convicção. As jornalistas americanas Katty Kay e Claire Shipman mergulharam na busca por respostas sobre a insegurança e seus efeitos sobre o desempenho profissional de toda sorte de mulheres. No Brasil, o livro foi lançado recentemente pela editora Benvirá.
Na tentativa de ajudar as mulheres a lidarem com essa insegurança que parece ser intrínseca à maioria, as jornalistas entrevistaram neurocientistas e psicólogos na busca por respostas. Do neurocientista americano Adam Kepecs, por exemplo, elas ouviram que o sentimento descrito como confiança está presente até nos ratos. Por meio de testes cognitivos, ele está provando que os animais não respondem somente a estímulos concretos. Eles também fazem cálculos de probabilidade e riscos e apostam que determinada decisão tomada está correta e resultará em recompensa. "A confiança de um rato pode ser descrita como a crença de que ele é capaz de gerar um bom resultado por meio de uma ação. Notamos que se trata de uma cadeia de eventos que começa com aquele cálculo de confiança bastante básico, talvez inconsciente, que, por sua vez, estimula o resto da ação", revela o cientista em entrevista às autoras.
Isso prova que é possível, sim, aprender a ser mais autoconfiante e, com isso, conquistar posições desejadas na carreira. Ao longo da obra, as autoras reproduzem uma série de aprendizados, compartilhados pelas mulheres entrevistadas, que podem ser treinados no nosso dia a dia. Características como autoestima, otimismo, autocompaixão e autoeficácia são ligadas a um senso de poder pessoal, segundo as jornalistas, que contribui para a autoconfiança.
Todas sabemos o quanto é difícil manter a segurança e a autoconfiança diante de um grande desafio profissional. Mas, se até Christine Lagarde treme nas bases, não há nada de errado com nosso friozinho na barriga. Basta que, como os ratinhos, a gente aprenda a confiar nas nossas decisões.
A Arte da Autoconfiança - Os Segredos que Toda Mulher Precisa Conhecer para Agir com Convicção
De Katty Kay e Claire Shipman
Editora Benvirá, 240 páginas, R$ 29,90 (livro físico) e R$ 20,90 (e-book)