Jean Harlow, em seus filmes nos anos 1930, ditou a moda de camisolas que mais pareciam vestidos de gala
É divertido e admirável, ao mesmo tempo, folhear hoje um exemplar da revista parisiense Modes & Travaux, de 1928, e ver entre modelos e diagramas de renda, bordados de ponto de cruz no fio, toalhas de mesa e cortinas de filet os desenhos de vestidos para festa de silhueta longilínea. Tudo isto fazia parte do mundo da mulher habilidosa, que alimentava sua elegância de figurino. Era assim ser chique.
A lingerie de linha simples tinha o luxo das camisolas de dormir em crepe da china (seda pura), no tempo das melindrosas e dos vestidos franjados de fio de seda. Na roupa íntima era moda usar saia de baixo ou saia-calça, estreitas pelo meio da coxa (os vestidos eram retos), enfeitadas com rendas francesas que já eram industrializadas. A fabricação de lingerie surgiu em 1914, quando a socialite de Nova York Mary Jacob criou um sutiã que logo patenteou para uma fábrica de roupa interior feminina.
A evolução da lingerie atravessa os tempos. Dois mil anos antes de Cristo as mulheres na Ásia usavam um corpete para sustentar a base do busto, projetando os seios nus sobre a veste. Na Grécia Antiga, elas envolviam os seios com uma tira de pano para que eles não sacudissem quando elas caminhassem (avant première do sutiã?). Após a queda do Império Romano, desapareceu aquela faixa e a preocupação com o busto. Nesta síntese, chegamos à Idade Média com o ressurgimento dos decotes e a transferência para os pés e a panturrilha como as zonas mais sedutoras do corpo feminino para os homens.
Até o século 20 usava-se lingerie branca de cambraia com pontas e entremeios de bordado inglês, camisas, calcinha em feitio de culote ajustada com um frou-frou acima do joelho e saias de armação. As cores entraram com o século 20, consagradas pelas estrelas do cinema, inclusive camisolas pretas - mais sexy -, que as noivas reservavam para a segunda noite de núpcias.
Etiqueta na prática
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AVISO NO CONVITE
"É comum os convidados pagarem seu consumo de bebidas numa festa de casamento? Gostaria de saber como colocar no convite que essa despesa de meu casamento correrá por conta dos convidados." JULIO
- Em casamentos íntimos e informais já se vê muito este costume, mas o convite impresso deve ter um texto também descontraído. Quer ter uma ideia? Fulano de Tal e Fulana de Tal ficarão mais felizes ainda com sua presença ao casamento em tal igreja, em tal data e horário. Após a cerimônia, receberão os convidados em tal local, para um jantar e espumante. Para maior liberdade dos convidados outras bebidas correrão por sua conta.
TALHERES DE PEIXE
"Faz seis meses que moramos juntos e gostamos muito de receber amigos para jantar. É preciso ter talheres de peixe ao servir pescados e frutos do mar?" RUI e MIRIAM
- O Brasil é um dos países em que os talheres de peixe estão mais em uso nas mesas bem montadas. Se vocês receberem um convidado formal, com conhecimento de etiqueta da mesa, em vez de servir um peixe assado inteiro, optem por filé à milanesa ou um refogado, servido com garfo e faca. Mas não se corta o peixe, e sim afastam-se as porções, como se faz com a espátula do talher de peixe. Com frutos do mar é o mesmo.