Terceira eliminada de No Limite, Ariadna Arantes revelou que já esperava o resultado. Em conversa com Ana Clara nas redes sociais do Gshow, a ex-participante avaliou sua postura no reality:
— Fiquei muito tensa assistindo, principalmente na hora das tretas. Eu ultrapassei o meu limite. Talvez o meu erro tenha sido ter me concentrado muito na dor. Dentro da convivência eu dei mais do que muitas pessoas ali — comentou.
Ariadna também aproveitou para criticar Íris, avaliando a ex-colega da tribo Carcará como uma pessoa "muito negativa" e que "reclamava muito". Ela relembrou o principal atrito entre as duas, quando discutiram sobre prostituição e privilégios.
— Falei algumas coisas do meu passado e contei para ela com as dificuldades que aconteceram comigo. Eu não estava me fazendo de vítima, estava contando coisas que eu passei. E aí, de repente, a pessoa diz que eu tive opção. Se eu estou ali dizendo que não tive... São minhas experiências, se você não quer escutar, se retira. Ela não viveu na minha pele e não se colocou no meu lugar — afirmou.
Durante a discussão no reality, Íris sugeriu que todos deveriam "estudar, prestar concurso".
— Amiga, não julga (...) Eu colocava currículo em todo lugar, eu não tinha segundo grau completo, não tinha profissão, não tinha nada, e você acha que eu fui para onde? Para a esquina lá de casa — retrucou Ariadna. — Eu tive opção? Não, eu não tive opção — acrescentou Ariadna, que já havia relatado em outras ocasiões que foi garota de programa antes do Big Brother Brasil.
Na conversa com Ana Clara, Ariadna reforçou a questão da transfobia comparando as oportunidades que ela e Irís tiveram após saírem do BBB.
— É muito fácil uma mulher que é cisgênera, branca, loira dos olhos verdes, que fez questão de falar pra todo mundo lá que ganhou R$ 1 milhão na Playboy. Eu tive algumas dessas oportunidades, mas de maneiras diferentes. Ela foi apresentadora por muito tempo e me deram um dia de apresentadora. Ela ganhou x posando nua e eu ganhei mil vezes menos por milhões de questões. Tiveram que fazer uma enquete pra saber se os leitores queriam que eu realmente posasse nua e ela não teve isso. São realidades diferentes e que as pessoas precisam ver com clareza. A vida de uma mulher transexual num país que mais matam mulheres trans não é fácil, gente.
Ariadna, contudo, afirmou que não guarda mágoas de Íris e até se colocou à disposição para conversar com sobre a realidade de vida de uma mulher trans.
— Acho que ela precisa aprender mais com o assunto. Se ela quiser, eu tô de coração aberto para contar mais histórias da minha vida e para conscientizá-la.
Apoio
Em outro momento da conversa, Ariadna agradeceu e dedicou sua participação no reality às outras mulheres trans:
— Não gosto desse rótulo, mas ser a primeira mulher trans que participou do No Limite inspira outras mulheres, que sentem dificuldade de chegar em algum lugar. Não desistam. Isso é uma superação e uma vitória para mim e para tantas outras pessoas. Só tenho a agradecer.
Questionada sobre sua torcida no restante do reality, a ex-participante apostou em Chumbo e Paula.
— Ela é muito raçuda. Merece muito. Eu o amo mais, mas ela tá em primeiro lugar — concluiu.
Na manhã desta quarta (26), Ariadna também participou do Encontro com Fátima Bernardes, onde comentou que a permanência dos homens dos grupos em todas as provas pode atrapalhar o desempenho das equipes.
— Acho que os homens estavam se achando os mais fortes de todos, e isso acabou atrapalhando um pouco. Acho que cada vez (cada prova) tinha que tirar um homem e uma mulher — ponderou.