Fernanda Abreu está feliz. Muito feliz. Depois de mais de uma década, a cantora lançou um disco de músicas inéditas, conseguiu a liberação do seu catálogo e montou o que considera um dos seus melhores espetáculos – que vem a Porto Alegre neste sábado, no Opinião.
Integrante da primeira formação da Blitz (banda que inaugurou o rock brasileiro dos anos 1980) e intérprete de canções que transcenderam a música e se fixaram no imaginário popular (como Rio 40 Graus e Garota Sangue-Bom), Fernanda passou a última década longe das prateleiras (físicas e virtuais). Seu último disco de inéditas havia sido lançado em 2004 (Na Paz) e seus álbuns anteriores estavam fora de circulação.
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– Não havia Fernanda Abreu em lugar nenhum – conta, em entrevista por telefone.
De um lado, a cantora segurava uma barra pesadíssima, com o fim do casamento de quase 30 anos e a morte da mãe depois de seis anos em coma. De outro, o mercado instável não a empolgava a entrar em estúdio para gravar um novo disco, enquanto seu catálogo estava presos com a gravadora EMI.
A virada começou no ano passado. No primeiro semestre, Fernanda soltou Amor Geral, compêndio de 10 faixas que remetem ao início de sua carreira, puro groove, soul e funk. Em agosto, conseguiu pegar de volta seu catálogo para o selo que criou, o Garota Sangue Bom, disponibilizando-o todo nas plataformas digitais com distribuição física pela Sony Music. Só faltava voltar para a estrada, o que fez no começo deste ano.
– Nesse show são seis músicas do Amor Geral e alguns sucessos, parte deles com novos arranjos, parte deles com arranjos originais – explica. – Privilegiei músicas que tenham a ver com esse clima de amor, como Bidolibido, do Na Paz. Estreei no Rio, depois São Paulo, Manaus e Belo Horizonte e sinto que o público está bem impressionado com a qualidade que estamos apresentando.
Parte desse público, comenta Fernanda, veio justamente da digitalização dos seus discos. Gente jovem, que está ouvindo agora suas versões para os clássicos Kátia Flávia e Jorge de Capadócia. Para eles, a cantora conta que preparou um medley só com músicas de seu primeiro trabalho, Sla Radical Dance Disco Clube (1990).
_ Pode botar aí que o show é para ninguém ficar parado, é groove e dance do começo ao fim _ diz.