Envolto em polêmicas desde o início de sua produção, o filme Polícia Federal – A Lei É para Todos, que conta os bastidores da Operação Lava-Jato sob a ótica dos investigadores e tem lançamento previsto para julho, tomou precauções para manter o sigilo de seus investidores. Com um orçamento de R$ 15 milhões, algo acima dos padrões do cinema brasileiro, a produção não revela de onde saiu o dinheiro – o que alimentou o boato de que o empresário Eike Batista, recém preso, haveria investido no longa.
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O diretor Marcelo Antunez e o produtor Tomislav Blazic garantem que Eike nunca passou nem perto do filme e aproveitam para enfatizar que não há qualquer repasse de dinheiro público para a produção – também algo raro em filmes nacionais, que em grande parte contam com incentivo estatal. "Zero dinheiro público", garante Blazic.
À Folha de S. Paulo, o diretor de Polícia Federal afirma que o sigilo dos investidores – garantido por contrato – foi idealizado por conta do ambiente violento que se criou no país, que acabou gerando nos possíveis financiadores "receio de várias ordens, até de integridade física".
Com estreia prevista para julho, o filme tem elenco composto por Flávia Alessandra, Rainer Cadete e Marcelo Serrado (no papel de Sergio Moro), além de Ary Fontoura (Lula), Antonio Calloni (delegado Ivan Romano) e Beth Zalcman (Marisa Letícia), que na última semana filmaram a cena da condução coercitiva do ex-presidente. Polícia Federal surge em meio a uma onda de obras baseadas na operação e deve transformar-se em uma trilogia. Com distribuição da Paris Filmes e da Dowtown, mesma dupla que tem se associado para levar aos cinemas as chamadas globochanchadas, o longa é desde já um candidato a blockbuster brasileiro.