Com mais de três décadas de experiência na bagagem desde que surgiram como os Titãs do Iê-Iê, os Titãs - há anos sem o "Iê-Iê" - são uma das poucas bandas de sua geração a terem mantido o frescor criativo ao longo dos anos. Eles marcaram presença em todas as fases de sua carreira, tendo criado canções de forte contestação em alguns momentos e baladas de efeito em outros. Em 2014 lançaram Nheengatu, que traz de volta a intensidade roqueira de Cabeça dinossauro e Titanomaquia. O álbum marcou tanto que em 2015 foi registrado em um CD ao vivo e em DVD, cuja apresentação chega ao palco do Opinião nesta sexta-feira às 21h.
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- Temos um lado do show com músicas do novo trabalho, que é muito importante para a gente, e também com um apanhado de grandes sucessos de todas as fases da nossa carreira - conta Sérgio Britto, vocalista e multi-instrumentista do grupo.
A volta às origens não é um acaso. Em junho, Cabeça dinossauro - ápice criativo da banda - completa 30 anos. De acordo com Britto, o show de Porto Alegre deve contar com um momento especial em homenagem ao álbum que marcou a trajetória dos Titãs com sua sonoridade suja enraizada no pós-punk, que estourava no Reino Unido através de grupos como PIL e The Gang of Four, e com suas letras minimalistas e implacáveis que acusavam o conservadorismo de instituições políticas, religiosas e civis do país. Ele revela a importância de Cabeça... para o atual momento do grupo.
- Retomamos a estética do Cabeça dinossauro no aspecto musical, com letras econômicas que abordam temas não tão usuais na cultura popular. Falamos de minorias, da violência contra a mulher, discriminação. Mas o fazemos sem que as músicas soem oportunistas ou messiânicas - explica.
Esse retorno dos Titãs roqueiros deve marcar a apresentação em Porto Alegre. Segundo Britto, as baladas e canções mais pop que marcaram a trajetória do grupo entre a segunda metade da década de 1990 e os anos 2000 devem aparecer em menor número, mas, dependendo da vontade do público, isso pode mudar.
- O interessante é que nossas baladas, como Epitáfio e Pra dizer adeus não soam alienígenas no show. Na minha visão, as melhores baladas são as mais "cruas" - reflete.
Os Titãs que vêm a Porto Alegre em 2016 é bem diferente do octeto que praticamente lotava os palcos em que tocava durante os shows de Cabeça dinossauro em 1986, hoje com quatro membros originais, Tony Bellotto, Branco Mello e Paulo Miklos - além de Sérgio Britto -, a banda é completada por Mario Fabri na bateria. Historicamente formada por multi-instrumentistas, o grupo opta por realizar as apresentações sem músicos contratados.
- Voltamos a funcionar como anos atrás, revezamos instrumentos e somos autossuficientes - explica.
TITÃS APRESENTAM NHEEGATU NO OPINIÃO
Sexta feira, às 21 horas
No Opinião (R. José do Patrocínio, 834 - Cidade Baixa), fone (51) 3211-2838, em Porto Alegre
Classificação: 14 anos
Ingressos: R$ 150 (inteira), R$ 80,00 (mediante doação de um 1kg de alimento não perecível), R$ 75 (Estudantes e idosos)
Disponíveis em Youcom Bourbon Wallig (sem taxa de conveniência), Youcom Shopping Praia de Belas, Shopping Iguatemi, Bourbon Ipiranga, Barra Shopping Sul e Bourbon Novo Hamburgo Multisom Andradas 1001, Canoas Shopping e Bourbon São Leopoldo (sujeito a R$ 5 de taxa de conveniência).