Versátil, David Bowie, morto nesta segunda-feira após uma batalha de 18 meses contra o câncer, não se limitou à música. Desde o início da carreira, imprimiu seu nome também nos créditos do cinema, estreando em 1969 no curta-metragem The Image. Seu grande debut cinematográfico, no entanto, foi protagonizando O Homem que Caiu na Terra, baseado no romance de ficção científica homônimo, de Walter Tevis.
Embora levasse a atuação como um hobby, muitas vezes colaborando também com as trilhas sonoras das produções em que se envolvia, sua filmografia como supera os 20 títulos, entre papéis principais, participações curtas e até uma incursão como dublador em Bob Esponja.
The Image (1969)
Em sua primeira incursão como ator, Bowie contracena com Michael Byrne neste curta-metragem de Michael Armstrong. No filme, Byrne é um artista assombrado por um um jovem de aparência fantasmagórica (Bowie) que parece sair de uma de suas pinturas.
O Homem que Caiu na Terra (1976)
"Nada que você viu ou ouviu de David Bowie lhe preparará para o impacto de seu primeiro papel dramático", dizia o trailer de O Homem que Caiu na Terra. No filme, o músico interpreta Thomas Jerome Newton, um alien em forma humanoide que chega à Terra vindo de um planeta distante com a missão de levar água para o lugar onde vive, que enfrenta uma forte seca. Uma das cenas do filme estampa a capa do disco Station to Station (1976).
Christiane F. (1981)
Restrita à filmagem de um show, a participação de Bowie no filme introduz sua fase musical berlinense, que rendeu discos experimentais como Low e Lodger. O músico também assina toda a trilha sonora do longa sobre a jovem que se entrega ao vício em drogas e à prostituição.
Fome de Viver (1983)
O cult em que Bowie contracena com Catherine Deneuve e David Bowie foi mal recebido pela crítica, mas encontrou eco no público fã de Bauhaus (cujo clássico Bela Lugosi's Dead toca nos créditos iniciais) e da subcultura gótica por seu visual dark e glamouroso.
Labirinto (1986)
Marcado pela estética dos anos 1980, o filme de fantasia traz Bowie na pele de Jareth, o rei dos duendes, que sequestra o irmão de Sarah (um dos primeiros papéis de Jennifer Connely) e a persegue quando ela tenta resgatá-lo. O músico também compôs as canções do filme e, para entrar no papel, aprendeu a fazer malabares com uma bola de cristal.
A Última Tentação de Cristo (1988)
Essa deve ter sido difícil: na época da filmagem do longa de Martin Scorsese, Bowie teve de optar entre interpretar Pôncio Pilates ou o vilão de um filme da saga 007. O resultado foi a interpretação de Pôncio Pilatos, que, para Bowie, "foi muito mais satisfatório do que aceitar o papel de vilão", segundo disse em entrevista em 2002.
Basquiat (1996)
Grande admirador de Andy Warhol, Bowie foi escalado por Julian Schnabel para encarnar o ídolo na cinebiografia do expressionista Jean-Michel Basquiat. Curiosidade: a caracterização foi feita com as perucas brancas originais do fundador do estúdio The Factory.