Vamos começar pelo fim: se você se acostumou a jogar FIFA e prefere o game produzido pela EA, não vai ser o PES 2016 que vai te converter para o outro lado da força. O jogo da Konami segue com as mesmas características que geram reclamação nos "fifeiros", principalmente no que diz respeito à jogabilidade, e os gráficos não são significativamente melhores do que o de seu principal concorrente.
O primeiro fator que chama a atenção é uma reclamação que vinha dos gamers desde que a demo da versão 2016 do PES havia sido lançada: fazer gol é muito fácil. No meu primeiro minuto de partida, em um jogo que deveria ser relativamente parelho (Inter contra Corinthians, disputa que aconteceria no Beira-Rio no dia em que eu coloquei minhas mãos no jogo), fiz dois gols com extrema facilidade. Os goleiros, principalmente, são um problema no jogo. O "sistema que adiciona personalidade a cada goleiro e introduz novos parâmetros: defesas, quedas e rebotes" prometido pela Konami não se mostra satisfatório.
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Ainda assim, a jogabilidade do PES melhorou. Os dribles funcionam melhor, os jogadores parecem mais soltos e os movimentos estão mais suaves. A sensação ainda é de estar um jogo atrasado, mas, em comparação com o que acontecia na versão 2014, é uma melhora e tanto.
Um fator de destaque é a presença dos times brasileiros - ainda que eles venham totalmente desatualizados e com características que às vezes nem remetem ao jogador. Quem gosta do clima de Libertadores da América vai gostar de jogar com times sul-americanos em seus estádios. Na Master Liga, um dos clássicos dos jogos de futebol, a coisa também melhorou: agora há mais maneiras de interagir com o clube, como central de notícias, serviço de olheiros, entre outros.
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Tirando os fatores que incomodam os mais afeitos à disputa realista de bola, o jogo é muito bonito e tem gráficos impressionantes, com ambientes e personagens cada vez mais parecidos com a realidade. A impressão que fica é que PES 2016 é um jogo para quem gosta de videogame, e não para quem gosta de futebol.