Não se impressione se, ao chegar no Sebo Café da Floriano Peixoto, no centro de Santa Maria, já na entrada se deparar com um gato que parece ignorar tudo e todos. Ele Bibi, tem 12 anos e costuma passar horas do dia aproveitando o solzinho na porta do estabelecimento ou mesmo na calçada.
Mesmo sem raça definida, esbanja beleza com sua pelagem em preto e branco. Já no interior do sebo, um outro gatinho, da raça Sagrado da Birmânia, todo branco, com um olho verde e outro azul se confunde entre os livros. Este é Doles, 8 anos.
_ Eles são cheio de histórias. O Bibi é conhecido por ter sido roubado de nós em 2013. O fato gerou até repercussão no Facebook onde o pessoal fez uma campanha para que o devolvessem. Por sorte, e com a ajuda de todos, conseguimos encontrá-lo um mês depois. Já o Doles é fino. Descobrimos com uns garçons que todas as noites, no mesmo horário, ele vai "jantar" ali no Restaurante Augusto _ brinca o tutor dos felinos e proprietário do sebo Carlos Alberto Burigo, 53 anos.
Na vizinhança, todos conhecem os famosos "gatos do sebo":
_ Eles são uns queridos. O Bibi adora ar-condicionado e quando abrimos a farmácia, cedinho da manhã, ele já está na porta para nos visitar _ conta a empresária Gladis Romero, 63 anos.
O professor de Xadrez, que dá aulas no sebo, sofre com as travessuras de Bibi e Doles:
_ Às vezes, estamos super concentrados na partida e eles sobem e esparramam as peças, querendo brincar. Aí, temos que começar tudo de novo. Quando a aula é com as crianças é uma festa, elas adoram a bagunça _ diz João Batista Cezar, 47 anos.
Segundo a tutora dos gatos, Simone de Oliveira Burigo, 49 anos, a relação dela e do marido com Bibi e Doles também interfere na vida profissional:
_ Esses gatos são a nossa vida. É um amor incondicional e saudável. Cada novo funcionário que vamos contratar fazemos duas perguntas por ordem de prioridade: a primeira, é se gostam de gatos. A segunda, se gostam de livros.
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