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Século 13. Depois de uma viagem de longos três anos pela Rota da Seda, o mercador veneziano Niccolò Polo e seu filho Marco chegam à corte do imperador mongol Kublai Khan, neto do célebre Gengis. Ansioso por aproveitar o comércio em potencial da rota, Niccolò oferece o próprio filho como escravo ao Khan, em troca da autorização.
A contragosto, Marco fica sujeito às vontades do imperador - e é aqui que começa a história de cobiça, poder, traição e intriga sexual da nova série original do Netflix: Marco Polo.
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Zero Hora teve acesso a seis dos 10 episódios da primeira temporada, com estreia mundial marcada para esta sexta-feira (12). A primeira impressão é de que o criador e produtor-executivo do programa, John Fusco (de Corcel Indomável), inspirou-se em Game of Thrones, o grande sucesso da HBO - tanto pela fotografia (embora, aqui, inferior) e pela trama cheia de batalhas e sexo quanto pela abertura épica. Aliás, em Marco Polo, também há a disputa por um trono - não de Westeros, mas o do império mongol.
Produzida em parceria com a The Weinsten Company (dos filmes de Quentin Tarantino, por exemplo), a série é uma superprodução filmada em lugares como Veneza (Itália), Cazaquistão e Malásia, mas não conta com nomes de peso: o protagonista é o italiano Lorenzo Richelmy, praticamente um novato.
A maior parte do elenco, como não poderia deixar de ser, é composta por atores da Ásia ou de origem asiática - entre eles, Benedict Wong (Prometeu), Joan Chen (Twin Peaks), Chin Han (Arrow), Olivia Cheng (The Flash) e Remy Hii (Águas Turvas). E este pode ser um dos pontos fortes da série: é sempre bom ver povos menos representados nas produções americanas tomarem conta da telinha. Outros elementos que tornam Marco Polo atrativa são a época e o local em que se passa a história, menos explorados pela ficção do que outros períodos e cenários.
Ainda assim, não há cabeças decepadas em grandes batalhas, lições de artes marciais ao estilo Karatê Kid e, especialmente, duas filas de asiáticas nuas e sexo entre concubinas que segurem um roteiro ruim. E é justamente essa a fragilidade da série. Fusco talvez tenha errado em escolher a época em que Marco estava na corte mongol como ponto de partida para sua obra - e, com isso, o foco ficar com a luta pelo poder. Por lá, o filho de mercador parece um personagem muito inexpressivo - bem longe do grande explorador que ajudou a escrever a História da humanidade com as descrições detalhadas de suas aventuras.
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Apesar da ousadia e da grandiosidade da produção, Marco Polo dificilmente terá sucesso semelhante às duas mais celebradas produções originais do Netflix: House of Cards e Orange is the New Black. Resta torcer para que a série melhore com o passar dos dos episódios - o perigo é que os espectadores desistam antes disso.