Não são apenas algumas obras de arte que levam anos para ficarem prontas. A maior parte dos projetos de reforma ou construção de espaços culturais de Porto Alegre se arrasta com a velocidade de um artista sem inspiração.
De um conjunto de seis iniciativas acompanhadas por Zero Hora nos últimos dois anos, apenas uma foi entregue: o auditório Araújo Vianna. As demais, incluindo projetos prioritários como a construção da nova sede da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), são como romances que começam a ser escritos, voltam para a gaveta, são retomados meses depois e seguem sem prazo definido para conclusão. A Cinemateca Capitólio, pelo menos, já tem uma data de reabertura depois de incríveis 10 anos de idas e vindas em sua reforma: 27 de março de 2014.
Contar com uma previsão de término, porém, não costuma ser garantia de nada. Os prazos para entrega das obras costumam ser adiados sucessivas vezes pelas administrações devido a problemas recorrentes como falta de recursos e entraves burocráticos. A primeira licitação para tirar do papel a sala sinfônica da Ospa, por exemplo, teve só um interessado, posteriormente desclassificado por não atender a exigências do edital. Foi necessário começar de novo no meio do ano.
Enquanto isso, a vegetação cresce no local onde deverá ser erguido o prédio, e até um sem-teto costuma ocupar o espaço com uma barraca improvisada enquanto os operários não retornam. Já o Multipalco do Theatro São Pedro nem mesmo tem data certa para conclusão devido à dificuldade para conseguir os cerca de R$ 15 milhões ainda necessários.
- Se tivéssemos os recursos, poderíamos aprontar tudo em meio ano - afirma o coordenador-geral do Multipalco, José Roberto Moraes.
Como falta dinheiro, a construção do espaço segue como uma obra à espera de ponto final.
Cultura em obras
Projetos de reformas ou construção arrastam-se por anos
Entre as obras que nunca são entregues estão a Cinemateca Capitólio e a sede da Ospa
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