Da milonga ao rock, passando pela MPB e pelo pop, Bebeto Alves deixou um legado único para a música gaúcha. O artista, morto nesta segunda-feira (7), aos 68 anos, foi um dos grandes nomes da chamada Música Popular Gaúcha (MPG), responsável por projetar o som produzido no Estado para todo o país, na década de 1980.
Ao longo da carreira, Bebeto lançou mais de 30 discos. Ele começou participando da coletânea Paralelo 30, lançada por artistas gaúchos em 1978 e considerada o marco inicial da MPG. Em 1981, o músico natural de Uruguaiana lançou seu primeiro disco solo, intitulado Bebeto Alves, que foi seguido por Notícia Urgente (1983), Novo País (1985), Pegadas (1987) e outros tantos.
A seguir, GZH reúne as músicas mais emblemáticas de Bebeto Alves:
Quando Eu Chegar
Um dos maiores sucessos de Bebeto é Quando Eu Chegar, lançada em 1984. A canção projetou o artista para o Brasil todo e ganhou até um clipe (assista aqui), gravado nas dunas do Peró, em Cabo Frio, no Rio de Janeiro.
Mais uma Canção
Mais uma Canção está presente no álbum Juntos, que foi gravado ao vivo por Bebeto com Nelson Coelho de Castro, Antônio Villeroy e Gelson Oliveira no Teatro Renascença, em 1998.
A música também dá nome a um documentário de Rene Goya Filho e Alexandre Derlam, lançado em 2013. A produção costura a trajetória de Bebeto Alves com sua busca pela sonoridade que deu origem à milonga, na Península Ibérica.
Pegadas
"Nas pegadas das minhas botas, eu trago Porto Alegre", canta Bebeto na canção, presente no álbum de mesmo nome lançado em 1987. A letra, escrita enquanto o artista vivia nos Estados Unidos, reflete sobre sua experiência como músico brasileiro e sobre a situação do Brasil na época.
De um Bando
A canção está no primeiro disco de Bebeto e foi escrita enquanto o músico vivia em São Paulo para as gravações. Lançada em 1981, durante a Ditadura Militar, De um Bando aborda temas como liberdade, identidade e luta coletiva.
Paisagem
Na canção-título do álbum Paisagem, de 1993, Bebeto descreve um ambiente urbano caótico. Na produção, podemos ouvir vozes distorcidas, um toque de telefone e outros elementos sonoros que compõem a "paisagem" na qual o autor confessa se sentir perdido.
O Lado Escuro da Lua
Parceria com Kledir Ramil, O Lado Escuro da Lua está presente no álbum Danço Só, de 1988. A letra aborda a dualidade entre bem e mal e afirma que "para alguém ser feliz hoje em dia, tem que ver o lado escuro da Lua".
Milonga de Paus
Lançada em 1991 no álbum de mesmo nome, Milonga de Paus é uma típica milonga. A música menciona uma série de referências à vida na Fronteira, das quais o narrador lamenta estar se distanciando.