Uma festa para ninguém ficar parado é o que promete a primeira edição do Baile do Puxa, neste sábado (4), em Porto Alegre. A missão de fazer com que o público solte o quadril não poderia ficar em melhores mãos: rainha do rebolado, Gretchen sobe ao palco com um show recheado de hits como Freak Le Boom Boom, Melô do Piripipi e Conga, Conga, Conga.
Aos 63 anos (recém-completados no dia 29 de maio), a carioca mostra que sabe conjugar muito bem o verbo "reinventar". Era final da década de 1970 quando Gretchen despontou para o estrelato. Em tempos sem redes sociais, a artista conquistou uma legião de fãs, foi figura carimbada nos programas mais importantes da TV, além de se tornar recordista de espetáculos no Brasil. Mais de 40 anos depois, agora em um mundo tomado por interações virtuais, ela segue como a queridinha do showbusiness.
As fases da carreira, os memes e o show na capital gaúcha foram alguns dos assuntos abordados em entrevista com Gretchen. Confira:
No que a Gretchen se difere da Maria Odete (seu nome de batismo)?
Tem sim a Maria Odete, que é a dona de casa, mãe, avó, esposa e que adora estar com a família, que é trabalhadora, e tem a Gretchen que soma tudo isso com a que não tem medo de enfrentar desafios, que fala o que pensa, que é empoderada em cima do palco, aquela que todos veem e admiram. Acho que uma anda ao lado da outra, mas existem momentos em que uma se sobressai mais do que a outra.
Pode contar um pouco da sua história com o DJ Mister Sam?
Foi em 1978, eu estava com 19 anos, e depois de ter apostado com alguns colegas da escola, fui me apresentar num programa de calouros do Silvio Santos. Após a apresentação, o Mister Sam ficou louco pra tentar me achar e me contatar, até que conseguiu através de um produtor. Lembro que ele foi na minha casa, conheceu meus pais e minhas irmãs, me propôs para me lançar com um nome diferente e que eu cantasse músicas em outros idiomas. Seria apresentada como se fosse alemã. Daí pra frente, foi tudo tomando um caminho pra chegar onde estou hoje.
Em que momento você percebeu que estava fazendo sucesso?
A gente percebe que está fazendo sucesso quando está passando na rua e as pessoas chamam por você. Foi tudo muito rápido e eu me sentia preparada para isso. Naquela época, não tinha a internet, muito menos celular, então as pessoas vinham para pedir um autógrafo, e quando uma vinha, outras começavam a vir em seguida.
Muita gente te considera um ícone. Você se considera um ícone?
Sim, me considero. Eu sempre tive a personalidade forte e sempre soube que podia, de alguma forma, ajudar outras pessoas. E assim tem sido minha vida inteira. Sigo aconselhando, empoderando e ajudando as pessoas a terem uma autoestima boa, a encontrar felicidade no seu corpo, no seu jeito de ser. Isso me faz muito feliz. Estou deixando meu legado por onde passo.
Além de rainha do rebolado, você também é conhecida como a rainha dos memes. Acredita que esse título contribuiu para que outras gerações conhecessem o seu trabalho?
Lembro que quando vi o primeiro meme que fizeram comigo, eu liguei na hora pro meu empresário e falei que queria processar, que era um absurdo usarem minha imagem sem minha autorização. Com muita paciência, ele e meus filhos foram me explicando o que era aquilo e o que eram os memes. Hoje, eu me divirto. Eu mesmo sou a pessoa que mais usa meus próprios memes. Vejo que é uma forma, sim, desta nova geração conhecer meu trabalho, conhecer minha história, ficar curiosa pra saber quem é dona de um determinado meme e acabar descobrindo a mulher completa que sou. Então eu adoro todos eles.
Você participou de diversos reality shows. Essa exposição toda já te assustou?
De forma alguma, eu nunca tive medo de expor quem eu sou, ou como eu sou. Vi, ali, oportunidades de aprendizado, um desafio que sempre gostei de enfrentar. Realities são pra gente se conhecer também, ter um contato direto com o público que está em casa e pode te conhecer sempre um pouquinho mais.
Com mais de 40 anos de carreira, a possibilidade de parar totalmente é algo que passa pela sua cabeça?
Olha, eu sempre vou ser uma pessoa pública. Onde quer que eu vá, sei que as pessoas vão me reconhecer. Então, posso até um dia parar de produzir algum conteúdo que seja voltado para o entretenimento, mas nunca vou parar de trabalhar. Eu amo o que faço, eu amo trabalhar, isso me mantém viva. Parar eu acho que a gente nunca para, a gente apenas da uma desacelerada.
O que os gaúchos podem esperar do show em Porto Alegre?
Podem esperar um show com muita entrega e alegria. Vai ter balé, vai ter saxofone, vão ter minhas músicas em novas versões, vão ter covers. É um show para as pessoas se divertirem com a gente. Estou muito ansiosa para pisar neste palco!
Baile do Puxa — Edição Gretchen
Quando: neste sábado (4), às 23h
Onde: Opinião (Rua José do Patrocínio, 834), em Porto Alegre
Quanto: ingressos entre R$ 35 e R$ 50, disponíveis no site sympla.com.br