Encabeçado por norte-americanos e encorpado com alguns dos principais nomes da cena nacional em seu line-up, o 12º Mississippi Delta Blues Festival se inicia nesta quinta-feira em Caxias do Sul. Até sábado, uma área de 11 mil metros quadrados no histórico Largo da Estação Férrea irá abrigar seis palcos e uma série de outros atrativos culturais e gastronômicos que transformam o MDBF num parque temático dedicado à cultura do Sul dos Estados Unidos. O Mardi Gras, famoso carnaval de rua de New Orleans, é o tema que permeia esta edição.
Para fazer jus à alcunha de principal festival de blues da América Latina, a organização encabeçada pelo empresário Toyo Bagoso não perde de vista a necessidade de surpreender. Entre as novidades estão cortejos carnavalescos com banda marcial inspirados no Mardi Gras e um concerto blueseiro apresentado pela Orquestra Sinfônica da UCS, com diversos solistas. Bagoso também vibra com a parceria inédita com entidades do estado do Mississippi que se farão presentes no festival com comitiva e estandes próprios voltados para turismo e intercâmbio: a Delta University, a agência Visit Clarksdale e o B.B. King Museum.
— Para nós esse foi o golaço desta edição. Desde 2008 estamos divulgando a cultura deles no Brasil e eles se impressionaram com a dimensão do nosso evento. Em Chicago, onde é feito o maior festival de blues do mundo, os estados do Mississippi e da Louisiana estão presentes com palcos próprios e levando seus artistas. É algo que pode ocorrer aqui no futuro. Trata-se de uma parceria tão importante e capaz de render tantos frutos que ainda mal podemos dimensionar — destaca o empresário.
Entre os mais de 50 artistas que irão passar pelo 12º MDBF estão o carismático Ale Ravanello Blues Combo e o virtuoso Luciano Leães & The Big Chiefs, ambos de Porto Alegre. Da Irlanda, retorna o cantor e violonista Gallie, um dos shows mais elogiados da edição passada. De Santa Catarina, a The Headcutters também retorna para acompanhar uma das figurinhas carimbadas do festival, o cantor e baixista de Chicago Bob Stroger. Entre os norte-americanos, vale dar um pulo no YouTube e conferir o som do guitarrista nova-iorquino Slam Allen e da cantora do Mississippi Diunna Greenleaf, responsável pelo show de encerramento, já na madrugada de domingo.
Quem nunca visitou o MDBF talvez esteja perdendo um dos poucos eventos do qual o público sai falando bem. Não é à toa que, dos 10 mil visitantes da última edição, cerca de 40% chegou de fora de Caxias do Sul. Mais de 100 empresas vinculam sua marca ao evento, que mobiliza 500 trabalhadores, entre vagas diretas e indiretas.
— Uma das razões do festival dar tão certo é o fato dele se manter muito democrático, sem camarote ou pista vip. Todos podem circular livremente por qualquer área e interagir com os artistas. Também priorizamos a qualidade do atendimento. Já houve edições em que botamos um palco a mais, aumentamos a quantidade de ingressos, mas recuamos conforme as pessoas começaram a reclamar de filas ou que se perdiam aqui dentro — comenta Toyo.
No ano que vem, o MDBF terá sua segunda edição no Rio de Janeiro, em maio. Em agosto, uma edição especial será realizada em Gramado, durante o Festival de Cinema.
O quê: 12º Mississippi Delta Blues Festival
Quando: 21, 22 e 23 de novembro, sempre a partir das 18h
Onde: Largo da Estação Férrea, em Caxias do Sul
Quanto: a partir de R$ 130 pela plataforma Sympla
Programação e mais informações: www.mdbf.com.br