Ed Sheeran é um artista de muitos números. No palco do Allianz Parque, em São Paulo, nas noites de quarta (13) e quinta (14), e na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, no domingo (17), o músico de 27 anos traz consigo uma das carreiras mais bem-sucedidas da atualidade e um belo recorde quebrado -a temporada de 2018 da turnê ÷ (Divide), baseada no disco homônimo de 2017, foi a mais lucrativa dos últimos 30 anos, segundo o instituto Pollstar.
Ao alcançar a marca de 4,8 milhões de ingressos vendidos em um ano, o inglês superou turnês como as de Bruno Mars, Roger Waters, Rolling Stones e a do supercasal Beyoncé e Jay-Z. Tudo isso apenas com seu violão e seus pedais.
Não é de hoje que Sheeran impressiona. O álbum de 2017, o terceiro de sua carreira, vendeu mais de 15 milhões de cópias. Seu maior sucesso, Shape of You, foi a música que passou mais semanas consecutivas na lista das cem mais ouvidas — foram 33. Ele também aparece creditado em sucessos como Love Yourself, cantada por Justin Bieber, Dark Times, de The Weeknd e Everything Has Changed, de Taylor Swift. Foi ao lado da americana, aliás, que, em 2013, o inglês deu um dos passos mais importantes para a sua consolidação fora do Reino Unido e embarcou como artista convidado na Red Tour, do quarto álbum da cantora.
Àquela altura já reconhecido pela crítica e com uma nomeação ao Grammy por sua primeira música de trabalho The A Team, do álbum de estreia + (Plus) (2011), o músico passou por cidades dos Estados Unidos e do Canadá e caiu ainda mais nas graças do público, em sua maioria jovem.
Depois ainda vieram I See Fire, música-tema de O Hobbit: A Desolação de Smaug, em 2013, o lançamento de x (Multiply), em 2014, com hits como Thinking Out Loud e Photograph e outras nomeações ou vitórias anuais nos Grammy de 2013 a 2017.
Foi assim que Sheeran chegou ao Brasil pela primeira vez em 2017 e lotou o Allianz, já com a Divide. As apresentações desta semana, com ingressos quase esgotados e que chegam a R$ 650, devem seguir o mesmo caminho: o clima de banda de um homem só, um mix que reúne os sucessos de seus três álbuns e um estádio inteiro entoando alguns dos sucessos mais lucrativos do pop atual.
O inglês viaja acompanhado por seu amigo de adolescência Passenger, responsável pela abertura dos shows e aquecimento do público para a surra de canções de amor que virá ao longo da noite. O cantor de indie e folk costuma passar por sua canção mais conhecida, Let Her Go, e fazer algumas versões de clássicas de Simon & Garfunkel e Bruce Springsteen.
A turnê que ainda tem chances de superar a 360, do U2, que vendeu 7,3 milhões de ingressos entre 2009 e 2011, despede-se do país e acaba na Europa, em agosto, talvez com mais um recorde quebrado.