A cinebiografia Elvis chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (14) apresentando o Rei do Rock na pele e na voz de Austin Butler. Conhecido até então por participações em séries teen como Hannah Montana e iCarly, o ator de 30 anos foi encarregado de imitar mais do que os trejeitos do cantor: apesar de não parecer, é ele que canta as canções que estão no filme.
Quer dizer, ao menos partes delas. Em entrevista ao portal Collider, o compositor Elliott Wheeler e o editor musical Jamieson Shaw explicaram que usaram vocais do ator misturados, ocasionalmente, com gravações de Elvis Presley.
— Acabamos fatiando (partes) da performance de Austin. Usamos muitas respirações, grunhidos e movimentos corporais que são de Austin e voltamos para Elvis.
Wheeler explicou que a decisão de usar mais vocais do ator ou do cantor tem a ver com a qualidade das gravações de Elvis nas épocas representadas no filme. É por isso que, na primeira metade, ouvimos mais a voz de Butler e depois, quando o longa chega a mais ou menos 1968, escutamos mais o cantor:
— Isso tinha a ver em parte com a fidelidade das hastes, as gravações estéreo provenientes de mixagens de várias faixas individuais, como bateria, vocais e baixo. Neste caso, estávamos usando hastes vocais.
Outro desafio da produção foi tentar sincronizar os sons da respiração e do grunhido de Elvis presentes nas gravações com os movimentos de Butler. Para isso, eles consultaram uma treinadora de movimentos.
Preparação intensa
Tudo isso exigiu uma performance dedicada de Austin. Em coletiva de imprensa, ele explicou que se preparou durante anos para viver o ídolo, o que incluiu treinamentos de voz de seis a sete dias por semana, por um ano, com diferentes especialistas.
— Quando eu comecei o processo, eu queria que a minha voz soasse idêntica a dele, esse era meio que o meu objetivo. Se você ouvisse uma gravação minha e uma gravação dele, você não seria capaz de saber a diferença. E nisso eu insisti por muito tempo, o que me fez também sentir medo de não conseguir alcançar — explicou.
Com o tempo, porém, o ator percebeu que precisava se conectar mais com a alma de Elvis.
— Tentei fazer com que aquilo fosse a minha vida, já que há muitas caricaturas do Elvis, então tentei enxergar ele por dentro, evitando abraçar aquelas versões do que as pessoas acham que ele era.