A família de Michael Jackson criticou nesta segunda-feira (28) um documentário que renova as acusações de abuso sexual de menores contra o cantor, qualificando as reações nas redes sociais de "linchamento público" e chamando o rei do pop de "um alvo fácil". De acordo com suas declarações, eles estão "furiosos" com o polêmico Leaving Neverland, exibido na última sexta-feira (25), no Festival de Cinema de Sundance, nos Estados Unidos.
Os familiares recordaram que, antes de sua morte, em 2009, o cantor foi amplamente investigado, inclusive com uma busca por provas no Rancho Neverland - propriedade de Jackson, na Califórnia - e um julgamento criminal vinculado a outro adolescente, do qual o cantor foi absolvido.
"Michael sempre deu o outro lado da cara (a tapa), e nós também demos quando as pessoas foram atrás de membros da nossa família. Isso é o que os Jackson fazem", assinalou a família em um comunicado. Porém, complementam que não podem ficar quietos enquanto o linchamento público continua:
"Os abutres do Twitter e outros que nunca conheceram Michael vão atrás dele. Michael não está aqui para se defender, do contrário essas acusações não existiriam", continuou a família.
Confira o trailer de Leaving Neverland
O novo documentário, de quatro horas, que estreará na HBO no final deste ano, inclui o depoimento dos acusadores Wade Robson e James Safechuck. Os dois, hoje com 30 anos, acusam Jackson de ter abusado deles quado tinham 7 e 10 anos. Embora ambos tenham apresentado ações no passado, as duas foram desconsideradas por assuntos técnicos. As entrevistas teriam chocado os espectadores do Festival de Sundance.
O diretor Dan Reed, que também está por trás de um documentário sobre o ataque terrorista contra a revista francesa Charlie Hebdo, em 2015, defendeu seu documentário.:
"Se existe algo que aprendemos durante esse tempo em nossa história é que o abuso sexual é complicado e as vozes dos sobreviventes devem ser ouvidas", respondeu, em uma nota.
Antes da apresentação do filme, a família do cantor havia dito que o filme era uma "tentativa patética de explorar e tirar proveito de Michael Jackson".
Jackson enfrentou múltiplas denúncias de abuso sexual infantil durante a sua vida. Apesar de ter sido absolvido em 2005, o artista pagou 15 milhões de dólares em 1994 em um acordo judicial por acusações relacionadas a outra criança.