Em um momento em que Marvel e DC lucram cifras astronômicas com filmes interconectados entre si e passados no mesmo universo, o tradicional estúdio Universal acordou para o fato de que tinha em seus arquivos a possibilidade de faturar com a mesma fórmula. Fazem parte do catálogo da companhia os monstros clássicos do cinema de horror, sucessos em filmes dos anos 1930 aos 1950 e ainda hoje revisitados ocasionalmente. Daí surgiu a ideia de juntá-los em um "universo compartilhado", inaugurado com a estreia de A Múmia, estrelado por Tom Cruise e dirigido por Alex Kurtzman.
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Na produção, Cruise vive um contrabandista de tesouros arqueológicos que encontra, no Iraque devastado pela guerra, um sarcófago em que repousa a amaldiçoada princesa Ahmanet (Sofia Boutella, de Kingsman). Como num tradicional filme de múmia, a ganância do patife carismático vivido por Cruise logo despertará o mal ancestral. Como num tradicional blockbuster contemporâneo, a Múmia vai ameaçar o mundo numa orgia de destruição em computação gráfica.
A Múmia é, também, o primeiro passo para que a Universal estabeleça as bases do que chama de seu Universo Sombrio, preparando a reunião, no futuro, de monstros como Frankenstein e Drácula. O maior de todos os vampiros, aliás, deveria ter sido o primeiro episódio da série, em Drácula: A História Nunca Contada (2014), mas o fiasco do longa forçou a uma mudança de planos.
ESTÚDIO APOSTA EM
ELENCO DE SUPERASTROS
Alex Kurtzman tem mais créditos em sua carreira como roteirista e produtor do que propriamente como realizador (A Múmia é seu segundo filme para o cinema). Por isso, seu papel no Universo Sombrio se estende a produtor, arquiteto por trás de decisões criativas interessantes como escolher, para o já anunciado A Noiva de Frankenstein, Bill Condon, diretor que fez Deuses e Monstros (1998), cinebiografia de James Whale, diretor do Frankenstein original de 1931.
Ao contrário das franquias de super-heróis, que, por razões econômicas óbvias, apostam em nomes em ascensão e mesmo desconhecidos, a fórmula da Universal baseia-se em ter astros de primeiro time escalados para os filmes. Além de Cruise, que deve voltar nas demais produções como uma figura equivalente a um Alan Quartermain, Johnny Depp, Javier Bardem e Russell Crowe estão confirmados no "supergrupo".
Como sempre, o que vai definir o futuro do projeto será a repercussão. A crítica americana vem destroçando o filme impiedosamente. Resta saber se a bilheteria, no entanto, garante a continuidade dos supermonstros.