A morte do ator britânico Roger Moore, que interpretou o agente James Bond em sete filmes foi um choque para Marcos Kontze, 32 anos. Morador de Santa Maria, o gaúcho é editor do site James Bond Brasil. Fã do personagem há 20 anos, foi com Roger Moore que ele teve o primeiro contato com Bond na TV aberta, em meados de 1996.
– Sabia que essa notícia era inevitável e que viria uma hora ou outra, mas nunca esperamos, até mesmo por ter sido o primeiro James Bond a nos deixar. Confesso que ainda estou processando essa imensa perda para a série e para os fãs. Mas, como diria a música de Carly Simon na trilha sonora do filme 007 - O Espião Que Me Amava: "Nobody does it better" – diz Kontze.
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Para Kontze, Moore tem o crédito de ter salvado a franquia 007 na uma época em que a série estava desacreditada.
– A franquia já estava bastante estabelecida quando ele estreou no papel em 1973, em Com 007 Viva e Deixe Morrer. Sean Connery já tinha desistido do papel e voltou para mais um em 1971, George Lazenby foi a aposta dos produtores com a saída de Connery, mas fez apenas um filme e também abandonou o papel porque acreditava que Bond não era mais necessário na época dos hippies. Embora tenha feito alguns das adaptações mais sombrias escritas por Ian Fleming, Moore foi capaz de trazer uma nova abordagem para o personagem, mais light e com um tom de humor nunca antes visto na série, conquistando um novo público e dando continuidade no sucesso da franquia pelas próximas décadas – explica.
De acordo com Kontze, Moore é o ator que mais sentiu orgulho de viver o agente britânico:
– Apesar de já ter uma carreira internacional consolidada quando foi escalado para o papel, nunca deixou de lembrar a importância que 007 teve para sua vida pessoal e profissional. Ele era um cara extremamente grato por sido 007 um dia e lembrava com orgulho dos seus dias como Bond. Apesar do tom leve e com certo humor nos filmes dele, sempre dizia que o público não devia rir daquelas cenas. Ele era o verdadeiro gentleman.
Em outubro de 2015, Kontze conferiu a palestra An Evening With Sir Roger Moore, em Blackpool, na Inglaterra. De acordo com o fã, o ator dizia que, por estar se sentindo à vontade no papel, dava-se ao luxo de fazer o James Bond de Roger Moore, e não o Roger Moore de James Bond.
– O diferencial era justamente esse, ele se divertia fazendo os filmes. Era pago, muito bem pago, para ser um adolescente crescido, como ele costumava dizer – conclui.