Um dos contos de fadas mais populares do mundo, A Bela e a Fera também já fez história no cinema: o clássico de 1946, dirigido por Jean Cocteau, é considerado por muitos um dos mais belos longas-metragens já feitos, enquanto a animação lançada pela Disney em 1991 foi o primeiro título do gênero incluído entre os indicados ao Oscar de melhor filme.
Agora, menos de três anos após nova adaptação realizada na França, chega aos cinemas mais uma versão da Disney. O longa que estreia no circuito nesta quinta-feira tem como matrizes a animação de 1991 e o musical lançado em 1994 que ficou 13 anos em cartaz na Broadway. Trata-se de uma versão live action (com atores de verdade) do desenho homônimo, que tantos fãs angariou à época de sua exibição. Mas com algumas diferenças.
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O novo filme, por exemplo, traz cenas que revelam um pouco mais do passado da Bela (interpretada por Emma Watson) e da Fera (Dan Stevens) – especificamente sobre a infância deste último. A versão 2017 do conto de fadas também traz mais músicas e momentos de humor, especialmente com os personagens fantásticos secundários, como o candelabro Lumière (no original, voz de Ewan McGregor), o bule de chá Madame Samovar (Emma Thompson) e o relógio Horloge (Ian McKellen).
O que realmente tem chamado a atenção, no entanto, é a diversidade. Diretor de filmes como Dreamgirls (2006) e A Saga Crepúsculo: Amanhecer (2012), vencedor do Oscar de melhor roteiro original por Deuses e Monstros (1998), o cineasta Bill Condon escalou atores negros para alguns papéis, entre estes Audra McDonald como a cantora de ópera Madame Garderobe, e pelo menos um personagem gay – LeFou (Josh Gad), amigo inseparável do vilão Gaston (Luke Evans), que ganha mais espaço na nova trama, na comparação com a animação.
Não é o primeiro aceno da Disney à comunidade LGBT. Neste ano, a série animada Star vs. As Forças do Mal, exibida pelo canal Disney XD, apresentou um beijo entre dois personagens masculinos – no episódio Just Friends. A popularidade de A Bela e a Fera faz ecoar ainda mais o recado da gigante da animação – é em função dessa abordagem que o novo filme chega como um dos mais midiáticos já produzidos pelo estúdio fundado por Walt Disney.