Em 2014, a Sala P.F. Gastal da Usina do Gasômetro exibiu na antológica mostra Nouvelle vague tcheca joias de uma das mais vibrantes e cultuadas cinematografias da Europa nos anos 1960, com títulos assinados por, entre outros, Milos Forman, Vera Chytilová e Frantisek Vlácil. De sexta-feira domingo, o enclave cinéfilo do Gasômetro, em mais um notável esforço de parceria curatorial, apresenta a mostra Slovak visual, que complementa a anterior com um outro recorte.
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A programação com entrada franca traz filmes produzidos na antiga Tchecoslováquia – não na capital Praga, mas em Bratislava, cidade que viria a ser o centro político e econômico da Eslováquia com a independência desse país, em 1993 – e também títulos eslovacos contemporâneos. São seis longas-metragens e cinco curtas, quatro deles de animação.
A programação desta sexta ilustra essa mescla entre passado e presente. Às 20h, será exibido o curta Arsy-versy (2009), de Miro Remo, vencedor de mais de 30 prêmios, sobre um rapaz fascinado por morcegos que se isola do mundo para buscar uma simbiose com a natureza. Na sequência, passa o documentário Retratos do mundo antigo (1972), de Dusan Hanak, clássico que traz as reflexões existenciais de velhos moradores de um vilarejo isolado. O diretor combina na narrativa fotografias e imagens em movimento, formando um provocativo manifesto estético e ideológico que fez o filme ficar por 16 anos proibido pelo regime comunista.
Em seguida, ocorre um debate com a presença de convidados eslovacos que acompanharão a mostra: a curadora e distribuidora Eva Krizkova, a curadora e produtora Eva Pa, a produtora Veronika Cechova e o designer de som Tobias Potocny. A noite termina – ou começa – com uma festa no bar Ocidente, na qual serão projetados vídeos de animação eslovacos.
Quem se impressionou com a efervescência transgressora da nouvelle vague tcheca vai reencontrar em Até que esta noite acabe (1966), de Peter Solan, Pássaros, órfãos e loucos (1969) e Celebração no jardim botânico (1969), de Elo Havetta, obras em que a crítica política e alegoria libertária se embaralham para refletir o espírito de seu tempo. Veja aqui a programação completa da mostra e as sinopses dos filmes.
Programação de filmes
Sexta
20h – Arsy-versy (2009), curta de Miro Remo, e Retratos do mundo antigo (1972), de Dusan Hanak –sessão seguida de debate.
Sábado
15h – O pequeno polegar e os bacilos (1974), curta de Viktor Kubal, e Celebração no jardim botânico (1969), de Elo Havetta.
17h – 66 temporadas (2003), de Peter Kerekes.
19h – O guarda-chuva (1984), curta de animação de Ondrej Slivka, e Até que esta noite acabe (1966), de Peter Solan.
Domingo
15h – Arsy-versy e Retratos do mundo antigo.
17h – Pandas (2013), curta de animação de Matus Vizar, e O limpador (2015), de Peter Bebjak.
19h – Contatos (1980), curta de Jaroslava Havettová, e Pássaros, órfãos e loucos (1969), de Juraj Jakubisko – seguido de debate.