O número de pacientes com coronavírus internados em unidades de terapia intensiva (UTIs) se manteve praticamente estável neste domingo no Rio Grande do Sul, em relação à véspera, mas em ligeira elevação na comparação com o final de semana anterior.
O número de doentes hospitalizados em estado grave com diagnóstico confirmado para covid-19 oscilou de 1.663 para 1.660 desde a noite de sábado, mas esse patamar ainda é 4,3% superior ao verificado no domingo passado.
Essa tendência de estabilização alternada com pequenos saltos vem se mantendo desde a metade do mês, quando as UTIs gaúchas registraram o número mais baixo de internações após o pico da terceira onda de coronavírus em solo gaúcho — no dia 15, havia 1.564 pessoas com exame comprovado de covid-19 em estado crítico. No auge da pandemia, no final de março, chegaram a ser registradas 2,6 mil pessoas em UTIs com o vírus.
Desde então, as hospitalizações entraram em declínio — mas essa queda foi interrompida nos últimos dias. O temor entre especialistas em saúde é de que essa tendência dê lugar a um novo ciclo de crescimento consolidado.
Conforme o boletim regional de monitoramento da pandemia deste domingo, elaborado pelo Piratini, várias regiões do Estado já apresentam avanço acentuado do coronavírus nos hospitais. Cruz Alta, por exemplo, em uma semana registrou 33% de crescimento na quantidade de hospitalizados com suspeita ou confirmação para a doença sob cuidados intensivos. Em Passo Fundo, o salto foi de 18,5% entre os dois últimos domingos. Em Canoas e Ijuí, a cifra ficou em 14% e, em Santa Rosa, 13%. Erechim também registrou avanço substancial, com 10% a mais de internados nesse intervalo.
A taxa geral de ocupação das UTIs gaúchas, por todas as causas, ficou em 80% — praticamente a mesma situação do sábado, quando essa proporção foi de 80,4%. No pico da pandemia, a cifra chegou a 110%.
Quando se olha para outros indicadores mais precoces, o temor de um novo agravamento nas alas de alta complexidade hospitalar se intensifica. Em uma semana, a média móvel de novos casos registrados em sete dias cresceu 19%, e a demanda de leitos clínicos por pessoas com diagnóstico ou suspeita de covid subiu 13% no mesmo período. Em um segundo momento, esses pacientes podem necessitar de cuidados intensivos, voltar a pressionar as UTIs e elevar a quantidade de óbitos.