- O Brasil registrou 105 óbitos e 1.261 casos a mais em relação ao domingo, números que não batem os recordes da semana anterior
- No Rio Grande do Sul, são 664 casos e 17 mortes até esta segunda-feira
- Em Porto Alegre, são 314 casos registrados
- Ministério da Saúde anunciou a contratação de 4,5 mil novos respiradores e a manutenção de outros 3,5 mil
O Brasil chegou a 1.328 mortes e 23.430 pessoas infectadas por coronavírus nesta segunda-feira (13), de acordo com o Ministério da Saúde. Os dados podem variar de acordo com as informações divulgadas por prefeituras e Estados. A taxa de letalidade é de 5,7%.
O ministério também anunciou que a cidade de Porto Alegre entrou no quadro de emergência, por ter incidência de coronavírus 50% acima da média nacional. No Brasil, são 111 casos a cada milhão de habitantes, enquanto a capital gaúcha tem 210 casos por milhão.
São 105 novos óbitos e 1.261 casos a mais em relação ao que foi divulgado no último domingo (12). Os dados não batem os recordes registrados na semana anterior. No dia 8, o Brasil registrou 2.210 casos novos em um dia.
Apesar de a comunicação que anunciou a coletiva confirmar a presença dos ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e da Casa Civil, General Braga Netto, eles não participaram da entrevista. Somente o ministro de Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, conversaram com os repórteres presentes.
A ministra ressaltou os desafios dos cuidados dos povos tradicionais do Brasil. Ela anunciou um auxílio de R$ 4,7 bilhões divididos em prevenção e atendimento de saúde, repasses do Bolsa Família e auxílio emergencial (R$600) e cestas básicas com kits de higiene.
— Falar com povos indígenas sobre coronavírus requer todo um cuidado, uma atenção especial. Temos que entender as especificidades de cada povo — comentou Damares, citando como exemplo rituais funerários da etnia ianomani, que não poderão ocorrer no caso de um jovem de 16 anos vítima de covid-19, por risco de ampliar a contaminação, e mandou um recado:
— Vocês não estão sozinhos, vocês não ficarão para trás. Podem falar diretamente conosco de forma gratuita através do disque 100 em busca de ajuda, denunciando violação de direitos. Vinte e quatro horas por dia os ministérios à disposição dos povos tradicionais no enfrentamento ao coronavírus.
Sergio Moro, por sua vez, destacou a queda nas estatísticas de acidentes nos últimos 30 dias, em comparação ao mesmo período de 2019. Segundo o ministro, rodovias federais registraram 28% menos acidentes e 23% menos acidentes graves. Com isso, o número de mortes caiu 7% e de feridos 30%. Além disso, roubos a carga reduziram 19% e a ônibus 49%. Moro diz que os números refletem uma menor circulação de veículos nas estradas.
— Tem um efeito salutar no sentido de diminuir a pressão de atendimento médico inclusive em UTI dessas pessoas que sofrem infelizmente esses acidentes — analisou.
O ministro da Justiça e Segurança disse ainda que o sistema carcerário federal está sob controle em relação à pandemia. Porém, confirmou três casos de novos infectados, sendo que um deles poderia ter infectado outros por ter sido detectado tardiamente.
Ele afirmou que a diminuição de circulação em grandes cidades tem resultado em números estaduais controversos. Algumas unidades federativas relatam queda de crimes e outras não. Moro demonstra preocupação com possíveis aumento de crimes cibernéticos no lugar dos tradicionais, mas que já estuda medidas para contê-los:
— Este plano está sendo construído em base em vários cenários. E nós estamos em um mundo novo, porque nem nós nem o mundo inteiro ainda tem presente quais vão ser as consequências da pandemia em relação a segurança pública e atividade criminal.
Há, ainda, precauções com pessoas que cometam crimes durante o período de isolamento da população carcerária. Moro revela que a estratégia é ter espaços separados dos demais apenados para que novos detidos possam permanecer durante período de quarentena antes de ingressar nos estabelecimentos regulares.
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O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, e o secretário de vigilância em saúde do ministério, Wanderson de Oliveira, foram os encarregados pela apresentação do dia.
Respiradores
Gabbardo informou a contratação de mais 4,5 mil novos respiradores produzidos no Brasil. O somatório de produtos a serem entregues nos dois contratos vigentes chega a 11 mil. Além deles, outros 3,5 mil devem ter a manutenção feita pelo conjunto de entidades chamado de Sistema S.
O secretário também comunicou que a Receita Federal já requisitou 73 respiradores que estavam direcionados para exportação e acabaram sendo distribuídos pelo sistema público de saúde do país - 60 deles para capitais da região norte e nordeste, Manaus, Macapá e Fortaleza, localidades que inspiram cuidados do ministério.
Segundo o secretário, de 540 aparelhos que foram locados, 340 estão instalados e funcionando nos diversos estados.
Alerta no Amazonas
Manaus receberá o segundo hospital de campanha construído pelo governo federal - o primeiro foi em Goiás. A capital do Amazonas será, também, o destino da primeira leva de profissionais que se credenciaram como voluntários no site do Ministério da Saúde. Eles devem chegar À cidade nesta quinta-feira (16).