A futura ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, de 54 anos, concedeu uma entrevista em que falou sobre diversos assuntos ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha na manhã desta quinta-feira (13).
Aos apresentadores David Coimbra, Luciano Potter e Kelly Mattos, Damares fez um relato sobre os abusos sexuais que sofreu na infância, explicou a história do vídeo sobre o pé de goiabeira — que recentemente virou meme nas redes sociais — e deu opiniões sobre assuntos que têm sido amplamente comentados atualmente no Brasil, como a "bolsa estupro", educação sexual nas escolas e direitos da comunidade LGBT. Abaixo, confira a opinião da futura ministra a respeito de cada um dos temas:
Educação sexual nas escolas
O assunto, que é uma das principais questões ideológicas tratadas pelo governo Bolsonaro e muito debatido durante as eleições 2018, foi abordado na entrevista após Damares falar sobre o abuso sexual que sofreu durante a infância. Questionada pelo apresentador David Coimbra sobre uma fala em que o presidente eleito Jair Bolsonaro diz que "sexo é coisa de papai e mamãe", a futura ministra disse que, sim, aprendeu sobre educação sexual na escola.
— Isso tem que ser ensinado nas escolas. O que aconteceu nos últimos anos é que tivemos grandes equívocos. Levar um pênis de borracha para sala de aula para ensinar uma menina de oito anos a colocar camisinha não deve acontecer. A educação sexual vai ser abordada da forma correta, respeitando as faixas etárias, obedecendo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e as leis de proteção às crianças — explicou.
"Bolsa estupro"
Uma declaração da futura ministra a respeito do estabelecimento de políticas públicas para o bebê que ainda está na barriga da mãe também causou polêmica nas redes sociais. Na terça-feira (11), Damares defendeu a aprovação do chamado Estatuto do Nascituro, projeto que visa garantir direitos ao feto e prevê uma espécie de "bolsa estupro". Quando perguntada se as mulheres vítimas de estupro ainda poderão escolher se querem ou não abortar a criança, Damares disse:
— A opção existe e é uma decisão da mulher e da família, mas elas precisam ser ouvidas neste momento. É lei, está garantido: se a mulher que foi estuprada quiser abortar, estará amparada pelo Estado.
Segundo ela, a intenção do projeto é que o Estado não ampare somente as mulheres que queiram abortar, mas também aquelas que não desejam fazer o processo.
— Por que ajudamos aquelas que querem abortar e as que não querem não? É uma decisão individual, e a decisão de cada mulher deve ser respeitada — disse.
Comunidade LGBT
A pauta da comunidade LGBT também foi pauta durante a entrevista. Em relação ao assunto, Damares disse que o ministério dará atenção ao combate e prevenção a violência contra a comunidade LGBT. Para ela, a linha seguida no governo Bolsonaro prega a paz e proteção para todos os indivíduos da nação, e que esse grupo também será acolhida.
— Queremos uma nação sem violência contra mulher, contra crianças e conta comunidade LGBT — afirmou.