A Nossa Senhora que fez brotar água no local da aparição em Caravaggio, na Itália, é lembrada também em todos os dias 2 de fevereiro na Serra Gaúcha pela chuva. Há 118 edições, agricultores participam de uma romaria no Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio, em Farroupilha, para lembrar a peregrinação de 1899, quando produtores rurais que sofriam com a seca foram atendidos com chuva durante o percurso. Nesta sexta-feira, cerca de 250 tratores participaram da procissão e levaram diversos quilos de uva e outras frutas para agradecer a colheita.
O agricultor José Pasa, conhecido como Bepe, participa das romarias há 73 anos. Há 16, faz parte da comunidade de Linha Julieta que auxilia na montagem das frutas no carro que leva a imagem da santa durante a procissão. A principal produção de Bepe é de morango e ele destaca que a colheita antecipada deste ano por pouco não atrapalhou os preparativos para a romaria.
No dia 26 de maio, data que marca a aparição da santa na Itália, o tempo bom melhora a expectativa de participação de fiéis na programação religiosa em Farroupilha. No caso da romaria votiva, ocorre o contrário, porque muitos agricultores não podem participar da celebração já que aproveitam o bom tempo para colher. Como o mês de janeiro foi marcado pela chuva e a colheita veio mais cedo, o sol desta semana de romaria é uma dádiva para os agricultores que estão em pleno período de safra.
A procissão, que se iniciou por volta das 11h, durou quase uma hora para percorrer a Avenida Dom José Barea, que dá acesso ao santuário. As frutas levadas pelos agricultores durante esta sexta-feira serão doadas para instituições beneficentes, que atendem crianças e idosos.