São José dos Ausentes registrou -4°C no começo da manhã desta terça-feira, a menor temperatura do Estado conforme a medição do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Trata-se também da menor marca do inverno no Rio Grande do Sul até então - embora em 20 de junho já tenha marcado -4,4ºC.
Depois de uma segunda-feira encoberta e chuvosa, com ocorrência de neve granular por alguns minutos, o sol deu as caras na cidade. Embora houvesse expectativa, os turistas não encontraram os campos cobertos por geada, em função da incidência de vento.
Por volta das 7h, apareceram alguns dos primeiros turistas no termômetro de rua ao lado da Igreja Matriz. Mãe, pai e filha tinham vindo direto de Canoas e aproveitaram para tirar fotos para o Facebook antes de ir até a pousada.
– Nós viemos atrás do frio, e encontramos – diz a pedagoga Fernanda Figueiredo, 33 anos, que pretende visitar os cânions, tomar muito café e andar a cavalo ao longo da semana.
Morador de Ausentes, Antônio de Macedo, 28 anos, também "caiu da cama" cedo, mas não por opção. O técnico agrícola saiu de casa às 7h para trabalhar, como faz todo dia. Com o frio, já está acostumado.
– Quem mora aqui, não tem não gostar.
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Na casa de Nivalda Bianchini, 68 anos, no interior de Ausentes, a água dos canos congelou. Para lavar as mãos, precisou pegar a água da chaleira. Para lavar a louça, teve que esperar o sol derreter o gelo. Com as temperaturas negativas, a água dos animais também formou uma dura camada de gelo na superfície. Nivalda recebeu a reportagem com pinhão na chapa e um café quente, no espaço mais requisitado da casa no inverno: em volta do fogão à lenha.
– É o nosso lugarzinho, com bastante lenha para esquentar – diz ela.
Enquanto isso, o filho Ronaldo Bianchini, 36 anos, encilhava o cavalo para começar o trabalho.
– Com sol, chuva, frio, calor, não tem: é levantar cedo e camperear – diz o pecuarista. – Tem gente que diz que acostuma (com o frio). Mas eu acho que não tem como. Tu vai suportando.
Com um dia ensolarado, muitos turistas aproveitaram para visitar atrativos da cidade, como o pico Monte Negro. No caminho, encararam a estrada de chão coberta com uma fina camada de gelo, em muitos pontos. A água da valeta e até mesmo um pequeno lago no caminho congelaram também.
No pico, o vento frio fazia doer até mesmo os dentes. Com uma manta ao redor da cabeça, protegendo as orelhas, a dona de casa Vera Silveira, 59 anos, de Laguna, garante não se importar.
– Eu adoro o frio, e a gente gosta de fazer aventuras do inverno. Ficar dentro de casa não funciona – diz ela.
– Nós viemos atrás do frio, e encontramos – diz a pedagoga Fernanda Figueiredo, 33 anos, que pretende visitar os cânions, tomar muito café e andar a cavalo ao longo da semana.
Morador de Ausentes, Antônio de Macedo, 28 anos, também "caiu da cama" cedo, mas não por opção. O técnico agrícola saiu de casa às 7h para trabalhar. Relata que já está acostumado, e que de certa forma até gosta.
– Quem mora aqui, não tem não gostar.
A máxima prevista para Ausentes é de 8ºC nesta terça-feira.