Pela terceira vez em menos de um ano, o serviço do WhatsApp é suspenso no país devido a uma decisão judicial. As empresas de telefonia foram comunicadas na manhã desta terça-feira da decisão da juíza e o bloqueio começou a ser feito no início da tarde de hoje, de acordo com a organização que representa as teles, a SindiTelebrasil.
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As empresas iniciaram a suspensão do serviço às 14h. A Vivo anunciou o bloqueio pelo Twitter.
A decisão da juíza tem a ver com a criptografia do aplicativo. A magistrada pede que as mensagens de pessoas investigadas sejam interceptadas antes de passarem por criptografia.
Em trecho do texto da decisão, consta que o juízo "requer, apenas, a desabilitação da chave de criptografia, com a interceptação do fluxo de dados, com o desvio em tempo real em uma das formas sugeridas pelo MP, além do encaminhamento das mensagens já recebidas pelo usuário e ainda não criptografadas, ou seja, as mensagens trocadas deverão ser desviadas em tempo real (na forma que se dá com a interceptação de conversações telefônicas), antes de implementada a criptografia."
Em abril deste ano, o WhatsApp implementou uma tecnologia de segurança chamada de criptografia de ponta-a-ponta. Assim, as mensagens só podem ser lidas por quem as envia e quem as recebe. Segundo a empresa, nem mesmo o próprio WhatsApp teria acesso às mensagens dos seus usuários.
A magistrada também diz que a empresa trata o Brasil como "republiqueta" e questiona se nos Estados Unidos, país de origem do WhatsApp, ordens judiciais sejam tratada com "deszelo".
O CEO do WhatsApp, Jan Koum, manifestou-se por meio de sua página no Facebook, nesta tarde, lamentando, novamente, a decisão.
Veja a mensagem traduzida:
"Estamos trabalhando para reativar o serviço no Brasil. É chocante que menos de dois meses depois que os brasileiros e os legisladores fortemente rejeitaram o bloqueio de serviços como o WhatsApp, a história esteja se repetingo. Como anteriormente, milhões de pessoas foram desconectadas de seus amigos, seus entes queridos, clientes e colegas hoje, simplesmente, por que estão pedindo informações que não temos."