Um clarão colorido no céu, seguido de uma luz branca que pouco depois desapareceu, intrigou gaúchos na manhã desta segunda-feira. O fenômeno foi visto por volta das 6h30min em várias cidades do Rio Grande do Sul. Duas são as possíveis explicações, segundo especialistas ouvidos por Zero Hora: lixo espacial ou meteoro.
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O episódio foi relatado por moradores de Porto Alegre, Alvorada, Viamão, Esteio, Novo Hamburgo, Triunfo, São Pedro do Sul, Rio Grande, Pelotas, Caxias do Sul e Gramado. Com base nos relatos, Marcelo Bruckmann, técnico do laboratório de Astronomia da PUCRS, acredita que a origem mais provável é a queima de detritos espaciais.
– Como o evento foi avistado desde Pelotas até Porto Alegre, faz mais sentido que tenha sido isso. O lixo espacial percorre órbitas circulares que, aos poucos, se tornam concêntricas, no sentido de se aproximar cada vez mais da Terra. Isso gera grandes arcos no céu, o que justifica pessoas de várias cidades terem visto – afirma.
Lixo espacial é todo resto de atividade humana no espaço que orbita ao redor do planeta. Em geral, são pedaços de satélites de comunicação desativados e de foguetes ou ferramentas perdidas por astronautas durante o trabalho.
Claudio Bevilacqua, diretor do Observatório Astronômico da UFRGS, também considera as duas hipóteses. No entanto, vê o meteoro como a explicação mais plausível.
– O meteoro é um fenômeno que ocorre por volta de 100 quilômetros de altura. Ao entrar na atmosfera em alta velocidade, o atrito faz ele evaporar e isso deixa um "tubo" de luz muito brilhante. É um fenômeno comum, mas nem sempre observável. – explica.
Bevilacqua acrescenta que não há como afirmar, a olho nu, se o clarão era um meteoro ou lixo espacial, visto que ambos geram os mesmos efeitos visuais na atmosfera. A certeza só é dada no caso de pesquisadores encontrarem resíduos no solo e analisarem sua constituição - algo difícil de ocorrer, visto que, na maioria dos casos, o objeto é queimado na atmosfera.
Em nota, o V Comando Aéreo Regional da Aeronáutica e o Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo, responsáveis por monitorar o espaço aéreo da Região Metropolitana de Porto Alegre e do Sul do Brasil, respectivamente, afirmam que não houve registro do clarão no céu pelo Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro.