Correção: o domingo 12 de junho foi o quinto, e não o sexto, dia consecutivo de mínimas negativas no Rio Grande do Sul, conforme publicado neste site das 17h45min de 12/6 até as 8h55min de 13/6/2016. A informação foi corrigida.
No quinto dia consecutivo de mínimas negativas, os gaúchos seguem monotemáticos: só se fala do frio. Uma sequência tão longa abaixo de zero não se repetia desde julho de 2013. Este final de semana também está sendo marcante por reunir os dois dias mais gelados do ano no Rio Grande do Sul – pelo menos 11 cidades tiveram temperaturas negativas no domingo, e os recordes ficaram com Serafina Corrêa (-5,1°C) e Quaraí (-3,7°C). No sábado, os termômetros apontaram -3°C em Cruz Alta, -3,3°C em em Vacaria e -4,9°C em Serafina Corrêa.
Pelos registros da Somar Meteorologia, é preciso voltar 14 anos atrás para encontrar algo semelhante ao frio enfrentado agora pelos serafinenses: em 30 de maio de 2002, Porto Alegre encarou 6,5°C negativos.
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Mínimas tão acentuadas não são incomuns durante o mês de junho, reta final do outono. Trata-se do segundo mês mais frio, atrás apenas de julho. Os dias estão mais curtos (amanhece mais tarde e anoitece mais cedo), e o sol é mais fraco e aparece por menos tempo – no verão, o sol mais alto no horizonte provoca maior aquecimento. Trata-se de um quadro já típico de inverno. De acordo com a Somar, na próxima estação, que começa às 19h34min de 20 de junho, devem se formar quatro massas de ar frio bem fortes: a primeira no final deste mês, as seguintes na metade e no final de julho e a última em meados de agosto. Ainda não é possível afirmar, segundo o meteorologista Evandro Magalhães, se essas ondas serão tão intensas quanto a atual, mas tudo está dentro do esperado para a época.
– Atípico foi o inverno de 2015, muito quente. O que estamos tendo agora é algo mais próximo da média. O inverno também será mais próximo da média – diz Magalhães.
Outros pontos do país também sentiram a forte massa de ar frio que exerce efeito sobre o Estado neste momento. Uma ou duas massas anuais com esta envergadura, destaca Magalhães, são comuns. O que chamou a atenção dos especialistas foi a extensão desta massa, que alcançou até o Mato Grosso do Sul – no Estado da região centro-oeste, verificou-se 1ºC em Bela Vista neste domingo. No interior de São Paulo, a temperatura caiu a 2ºC negativos em Campos do Jordão.
Nesta segunda-feira, a massa polar perde intensidade no Rio Grande do Sul. As temperaturas permanecem baixas, mas as máximas serão mais elevadas do que na véspera, e as negativas ficarão restritas às regiões serranas. Ainda haverá grande chance de amplas geadas pelo Estado. Com predomínio de sol, a temperatura sobe à tarde, com 17ºC na Capital, 18ºC em Pelotas e Erechim e 17ºC em Santa Maria.
Para terça-feira, não há mais previsão de frio inferior a zero. As temperaturas continuam subindo gradativamente, com oscilação entre 8ºC e 20ºC em Porto Alegre. Caxias do Sul terá mínima de 6ºC e máxima de 16ºC. Em Santa Rosa, variação entre 4ºC e 17ºC.De fraca intensidade, a chuva deve chegar na quinta-feira aos municípios mais ao Norte.
O tempo volta a se firmar na sexta-feira. No próximo final de semana, novas áreas de instabilidade, oriundas de Santa Catarina, devem provocar chuva no norte gaúcho. A partir daí, conforme a Somar Meteorologia, os guarda-chuvas deverão seguir muito solicitados: a tendência é de tempo instável até o dia 24 de junho.