O reajuste de até 12,5% nos preços dos medicamentos, autorizado pelo governo federal, recomenda pílulas de cautela e planejamento a quem for às farmácias. Pela primeira vez em 10 anos, o reajuste dos remédios irá superar a inflação oficial (IPCA) acumulada em 12 meses, que ficou em 10,36% em fevereiro – além da inflação, as oscilações do câmbio e o aumento expressivo da energia elétrica influenciaram no salto dos preços de 19 mil remédios.
Órgãos de defesa do consumidor e consultores financeiros orientam a população a fazer uma busca por descontos em farmácias das mesmas redes ou entre concorrentes e exigir que médicos informem o princípio ativo do medicamento para buscar genéricos. Além disso, dentre estes, é possível encontrar preços diferentes conforme o laboratório, orienta Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da associação de consumidores Proteste.
Leia mais:
Reajustes de escolas privadas do Estado superam inflação
Crise não abalou sonho de Kayser: ele abriu o próprio negócio em 2015
Um bom caminho para economizar é utilizar um dos medicamentos que constam da lista do Programa Farmácia Popular, oferecidas por diversas farmácias e drogarias que participam da iniciativa, diz Maria Inês. A sugestão é procurar por cartazes expostos nos estabelecimentos mostrando que fazem parte do programa.
– Para obter esses descontos, é preciso que o paciente leve a receita e tenha em mãos o CPF. Também há programas dos governos estaduais e municipais que subsidiam o tratamento com remédios – lembra a coordenadora.
Segundo Cauê Vieira, diretor do Procon em Porto Alegre, ao passo que se busca ofertas, também é preciso estar atento a descontos exagerados, que podem indicar uma medicação que foi mal armazenada ou que esteja próxima do final do prazo de validade.
– O consumidor deve verificar a data de vencimento na caixa do produto e também na cartela – recomenda Vieira.
Embora a indústria e as próprias redes tenham informado que a alta não seria imediata, em razão dos estoques no varejo, os consumidores já enfrentam dificuldades para encontrar as variedades mais comuns, conforme a Proteste. De acordo com o diretor executivo do Procon, é preciso se precaver contra abusos na correção dos preços, servindo-se de notas em compras anteriores, anúncios ou outras formas de controle. Se o consumidor verificar aumentos muito acima dos previstos, pode encaminhar denúncia nos Procons, afirma.