
Como um participante irreverente e muito aguardado em uma grande empresa, um prédio acaba de chegar ao parque tecnológico da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre. Batizado de Global Tecnopuc, a estrutura de mais de 4 mil m² (8% do espaço do Tecnopuc, de 50 mil m²), erguida em parceria com a HP, pretende unir em um mesmo ambiente funcionários, gestores e visitantes das diversas empresas de tecnologia ali instaladas - uma espécie de sala de recreação para estimular a criatividade de gente grande.
Espaços de "descompressão" como esse, comuns nas grandes empresas de tecnologia mundo afora, não são novidade no parque. Ainda assim, a nova estrutura é a primeira da universidade dedicada exclusivamente a incentivar as relações entre as pessoas - que, agora, quando quiserem, poderão deixar o computador de lado e conversar, criar, inovar, tudo em colaboração com os colegas.
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Para o diretor do Tecnopuc, Rafael Prikladnicki, a estrutura marca um segundo passo na criação do parque: a de promover sinergia entre as 124 operações ali instaladas atualmente, que totalizam cerca de 6,5 mil pessoas.
- Esse é um espaço dedicado à criação e ao desenvolvimento de projetos, e os resultados são imprevisíveis. Muita coisa pode acontecer que a gente nem tem ideia, mas certamente tudo vai contribuir para o desenvolvimento social e econômico da sociedade - garante Prikladnicki.
Muita confraternização, mas nada de escritórios
Em meio a prédios que reúnem centenas de salas ocupadas por gigantes como Dell, HP e Microsoft, a nova instalação se destaca por não abrigar nenhuma empresa de tecnologia. À exceção do andar onde fica a administração do parque, todos os espaços serão dedicados à colaboração entre funcionários e visitantes do Tecnopuc, além de instituições públicas e privadas.
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A ideia é de que a estrutura se torne um ponto de conexão entre todos os interessados na criação de um projeto na universidade. Como o Global Tecnopuc fica dentro do campus, alunos e professores também terão lugar garantido: duas salas de aula abertas, com vista para a rua, marcam um local de aprendizagem no prédio.
- O parque também tem papel na formação dos estudantes, e nosso objetivo ao criá-lo inclui um desejo de unir ensino e pesquisa, inovação e empresas - afirma Jorge Audy, pró-reitor de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento da PUCRS.
Apesar de a inauguração ser celebrada nesta quinta-feira, o prédio ainda não está pronto: o laboratório de criação, por enquanto, não passa de dois andares vazios, o piso dedicado ao coworking atualmente reúne somente funcionários da obra, e a cafeteria ainda há de ficar disponível aos frequentadores do parque. Até lá, será preciso usar a criatividade para usar os espaços disponíveis - um exercício até bem-vindo para quem precisa lidar com a inovação todos os dias.